Barbosa: “Houve gente com responsabilidades políticas que pouco acreditou”

Gente. Muita gente a marcar os primeiros minutos daquela que é já chamada de irmã mais nova da Feira do Alvarinho. Não é caso para menos. As dimensões da tenda mostram bem as semelhanças com a mais velha já há muito estimada pelos monçanenses. “Nossa! Isso é enorme! Coisa linda”, dizia uma turista brasileira perto de nós com a admiração espelhada no rosto. E como ela, muitos. Os brasileiros estavam em peso naquelas que foram as primeiras linhas da nova vida de um certame que deixou as ruas da freguesia para agora assumir-se como um dos principais eventos anuais no concelho.

Barbosa: “Houve gente nessa altura, com responsabilidades políticas, que pouco acreditou naquilo que aqui se iria fazer.”

Era expectável que os discursos iniciais se centrassem no cordeiro. Só que não. Agostinho Correia, Grão-Mestre da Confraria da Foda e mentor deste certame foi o grande homenageado nesta cerimónia. “Tudo aquilo que se puder dizer sobre o que Agostinho Correia tem feito por Monção durante os últimos três anos é muito pouco”, disse o presidente da Câmara, António Barbosa (PSD) que recuou até tempos em que a Câmara de Monção era conduzida pelo PS. “Aquilo que aqui está, nasceu em 2017. Houve gente nessa altura, com responsabilidades políticas, que pouco acreditou naquilo que aqui se iria fazer. Gente com vontade que este evento não nascesse aqui, mas noutro local da vila”, atirou. Ato contínuo, virou o olhar e a mensagem para Agostinho Correia. “Aquilo que aqui tens hoje é a demonstração de que qualquer evento que nasça em Monção tem de estar no local onde tem as suas raízes. Onde as tradições se encontram e as pessoas podem viver de forma apaixonada e trabalhar esta tradições”. Barbosa nem tempo teve de acabar e já era aplaudido em força.

Agostinho Correia mostrava um rosto emocionado. Na sua simplicidade, agradecia ao autarca… e ao público. Mas os reconhecimentos não se esgotaram aqui. No palco estava também a Diretora Regional da Agricultura e Pescas do Norte. “Começo com um cumprimento muito especial a Agostinho Correia. Estou aqui há poucos minutos e já deu para ver que esta é uma iniciativa de louvar”, considerou Carla Alves. “Agostinho Correia sonhou grande. Sonhou em grande. Projetou um evento que tem hoje uma grande dimensão e projeção a nível nacional. É espantoso chegarmos aqui a Pias e encontrarmos um evento tão bem organizado como este”, referiu. “Esta é a melhor forma de promovermos o nosso território. Com aquilo que é nosso. Isto sim… é fazer girar a economia, captar turismo e desenvolvimento económico para estas terras!”

Sem vaidades e sem palavras caras, Agostinho Correia agradeceu. Não pôde ser mais claro. “É com um sentimento de dever cumprido que abrimos as portas da III edição da Feira da Foda. Uma feira de encantos múltiplos que está aí para ser celebrada e vivida intensamente”, disse sempre salientando que esta feira continua manter o mesmo objetivo. “Promover, valorizar, dignificar e projetar a cozinha tradicional monçanense”.

PS lamenta não ter recebido “convite oficial” – “Porque será?”, questiona Paulo Esteves

Nenhuma das restantes forças partidárias (PS e CDS-PP) do palco político monçanense marcou presença nesta cerimónia de abertura. Contactado pela Rádio Vale do Minho, o presidente da Comissão Política Concelhia do PS prontificou-se a dar a explicação. “O Partido Socialista não recebeu qualquer convite oficial para marcar presença nesse momento. Caso para perguntar: porque será?”, questionou. “Espero que a feira corra da melhor forma. Pias, acima de tudo!”, concluiu. A Rádio Vale do Minho tentou também contactar a presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP, mas sem êxito.

Mas no meio da multidão que circulava entre os stands, encontramos José Emílio Moreira, antigo presidente da Câmara Municipal e atualmente deputado municipal pelo PS na Assembleia Municipal de Monção. Não estava em representação oficial do partido mas, sempre com sorriso aberto, mostrou grande alegria com a evolução da Feira da Foda. “Esta feira é um acontecimento fantástico em termos gastronómicos, turísticos… foi crescendo e temos hoje aqui um espaço espetacular! A organização está de parabéns”, disse o autarca socialista que teve resposta pronta quando lembrado que este evento começou num tempo em que o Executivo Municipal era socialista. “O que me interessa a mim é Monção! Quem está à frente dos destinos de Monção tem de ter sempre esse lema! Procurar promover o concelho nos mais diversos domínios. Todos temos de trabalhar o mais que pudermos e soubermos para avançar”.

A animação deste primeiro dia promete continuar noite dentro. Este sábado, segundo dia do certame, a feira abrirá pelas 9h00 com a demonstração de tosquias. Vai seguir-se, pelas 10h00, a inauguração da Estátua do Emigrante no lugar da Lapa. De referir que, entre todas as atuações musicais previstas para este dia, a registar o Grupo Popular Os Teimosos a partir das 22h30 e logo a seguir, pelas 23h30, um concerto de tributo aos ABBA.

O último dia da Feira terá certamente como ponto alto a participação do certame no programa Somos Portugal, da TVi. Entre as 14h00 e as 20h00, a estação de Queluz irá fazer transmissão televisiva a partir de Pias.