Autarca admite deslocalização de empresas com a introdução de mais portagens

A possível instalação de novos pórticos nas ex-SCUT do Alto Minho poderá levar à deslocalização de empresas instaladas no concelho de Viana do Castelo, admitiu o autarca local.

“Se o Governo avançar com mais portagens, existe o real perigo de deslocalização das empresas da região, o que levaria a mais desemprego, mais despesa pública e a mais problemas económicos e sociais”, afirmou José Maria Costa.

Esta posição foi transmitida após uma reunião, realizada esta semana, entre o presidente da Câmara de Viana do Castelo e o movimento de utentes das ex-SCUT (vias Sem Custo para o Utilizador) “Naturalmente Não às Portagens na A28”.

Trata-se de um dos movimentos que organizam as iniciativas de protesto agendadas para 01 de março, em todo o país, nas quais querem envolver, além de utentes, autarcas, políticos e empresários.

“O que fiz no anterior Governo [PS], apoiando as iniciativas e a luta contra as portagens, voltarei a fazer. Pessoalmente, estarei presente na manifestação contra as portagens”, afirmou o autarca de Viana do Castelo.

Segundo José Maria Costa, na reunião desta quinta-feira da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho os restantes presidentes de Câmara da região deverão tomar uma posição sobre a participação nestes protestos.

“Espero que seja uma manifestação genuína dos utentes e sem partidarização”, disse o autarca de Viana do Castelo.

Em cima da mesa está a possibilidade de instalação de 15 novos pórticos de cobrança de portagens, cinco dos quais no distrito de Viana do Castelo, conforme documento enviado pelo Governo à ‘troika’ no final de 2012.

No Alto Minho são os casos da A28, entre Viana e Caminha (com dois pórticos), e da A27, entre Viana e Ponte de Lima (com três pórticos). Somam-se mais dois pórticos previstos para a A28 – já portajada desde 2010 -, que liga Viana do Castelo ao Porto, mas fora do distrito.

Contudo, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, já garantiu que o Governo não pretende avançar com novas portagens enquanto não houver um “novo modelo” para as ex-SCUT.