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Alto Minho

Associações do distrito de Viana do Castelo excluem boicote às dádivas mas ponderam protestos

4 Fevereiro, 2012 - 14:18

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As associações de dadores de sangue de Caminha, Ponte de Lima, Paredes de Coura, Areosa e Meadela reúnem-se este sábado para analisar medidas de protesto contra o fim da isenção nas taxas moderadoras, mas excluem o apelo ao boicote à dádiva.

As associações de dadores de sangue de Caminha, Ponte de Lima, Paredes de Coura, Areosa e Meadela reúnem-se este sábado para analisar medidas de protesto contra o fim da isenção nas taxas moderadoras, mas excluem o apelo ao boicote à dádiva. “Os doentes não têm culpa e a esses não pode faltar o sangue”, disse à Lusa Amílcar Silva, secretário da Associação de Dadores Benévolos de Sangue do concelho de Caminha.

Este responsável garantiu que as cinco associações mantêm o calendário de recolhas de sangue, apesar do descontentamento que assumem pelo fim da isenção das taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde.
Para a reunião de sábado, em Paredes de Coura, não foi convidado o presidente da associação de Viana do Castelo que, na terça-feira, anunciou que algumas associações iriam suspender na primeira quinzena deste mês as colheitas previstas, em protesto contra o fim da isenção de pagamento de taxas moderadoras.

Amílcar Silva criticou o dirigente de Viana do Castelo pela posição que assumiu e, sobretudo, “por falar em nome do distrito”, quando “ninguém o mandatou para isso”.
Em declarações recentes à Lusa, José Passos, presidente da Associação de dadores de sangue de Viana do Castelo, afirmou que naquele distrito estarão suspensas as colheitas previstas para os primeiros 15 dias deste mês.

O responsável, que é também porta-voz do Movimento das Associações de Dadores de Sangue, esclareceu que esta não é uma iniciativa do movimento e sim da associação de dadores de Viana do Castelo, mas disse ter a informação de que “muitas outras associações no país vão aderir ao protesto”.

Das associações contactadas pela Lusa, nenhuma defendeu o boicote, mas admitiram que “os dadores estão desmotivados” considerando normal, por isso, que nesta fase o número de dádivas seja inferior ao habitual.
O presidente da Assembleia-Geral da Associação de Dadores de Sangue de Paredes de Coura, Daniel Teixeira Pereira, considerou que “a suspensão das colheitas de sangue não é solução”, porque “ao não existir sangue para quem mais precisa, morrem pessoas”.

“As associações de dadores de sangue que apregoam a suspensão e, felizmente, são muito poucas e muito pouco representativas, quer em termos absolutos, quer em termos relativos, estão a ter uma atitude de desrespeito para com a vida humana”, frisou.
Teixeira Pereira defende que os dadores devem apresentar o seu “desagrado, veemente, a quem de direito, e não suspendendo colheitas”.

Por outro lado, considerou que “o Estado também é pouco ‘sério’ porque ‘adquire’ sangue a título gratuito e posteriormente vende-o. O dador fornece gratuitamente o seu sangue e se receber em troca a isenção de taxas moderadoras, é perfeitamente natural”.
Na quinta-feira, o Instituto Português do Sangue assegurou que o primeiro dia de “boicote” às colheitas não teve qualquer impacto, ideia seguida pela federação representativa dos dadores, que afirma tratar-se de um “ato criminoso” decidido por “meia dúzia” de associações.

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