Deixando de parte as discussões sobre as decisões dos órgãos da justiça desportiva, que segundo algumas opiniões não divergem muito da civil, bem como mais comentários sobre arbitragens e “fiascos” de algumas equipas, eis-nos à entrada de mais uma etapa importante pelas decisões ou aclaramentos que possa trazer em matéria desportiva. O entusiasmo recrudesce e as emoções aumentam a cada novo fim-de-semana.
Começando por baixo em termos de importância competitiva, o Inatel inicia a decisão sobre quem jogará a final da Taça, com o ainda campeão em título e potencial candidato também a este troféu, Longos Vales, a arrancar em casa com a recepção à lanterna do campeonato, Gárcea, quiçá na tentativa de conseguir um resultado tranquilo rumo à deslocação a Gondar, em 10 de Março. A equipa sanjoanina é francamente favorita, perspectivando-se maior equilíbrio no confronto entre Calheiros e Deucriste, embora com natural tendência para o conjunto limiano que terá que aproveitar este jogo em sua casa para segurar a eliminatória.
Na Associação vianense, na I distrital, o Raianos é o único conjunto Vale do Minho a jogar em casa e espera continuar na senda dos triunfos que têm marcado esta segunda volta e espera a quarta vitória consecutiva frente ao Ancorense, que tem vindo em decadência de pontos nas derradeiras jornadas, pois o Moreira folgará e o Castanheira desloca-se até à Carapita onde o esperam as Águias do Souto, em crescendo de resultados, tornando-se, assim, incógnita o desenlace do jogo.
O líder Darquense, com todo o à vontade, não terá descanso em terras da Facha, pois o conjunto local ainda sonha na chegada à dianteira, mas dos seus três seguidores apenas o Atl. Arcos joga no seu ambiente, embora perante um Vitorino das Donas que também não tem sido presa fácil de alcançar. O vice-líder Lanhelas desloca-se ao vizinho e conterrâneo Caminha, curiosamente a equipa que lhe garantiu esse estatuto na semana passada com a vitória em Perre, dando lugar a um dos dérbis mais apetecidos da prova, enquanto o Perre tem deslocação curta até Chafé, num dos jogos interessantes da ronda, quer pela recuperação ansiada pelos visitantes, quer pela melhoria significativa que se vem desenrolando nos donos do terreno.
Resta mais um dérbi limiano (dentre muitos que a prova ostenta), também bastante emotivo, com a lanterna vermelha Gandra, conjunto mais produtivo após a mudança técnica, a receber a vizinhança de Arcozelo, equipa que ainda sonha com as alturas.
Na Honra, onde as emoções são maiores, a principal expectativa continua à volta do par Courense/Valenciano, nesta ronda em situações diferentes: mais vantagens, teoricamente, terá o líder, pois é anfitrião do Bertiandos, equipa mais modesta em termos pontuais, cujo objectivo será tão-somente a manutenção. É claro que os pupilos de Quim Zé não esperarão facilidades, mas as precauções estarão na mente de todos, além da esperança colocada na equipa do seu ex-técnico, Zé Pequeno, o Lanheses, sempre complicado no seu terreno, pois ali se desloca o Valenciano, desfalcado do seu “mito” Amilton, num dos testes mais difíceis desta segunda volta e por onde passa, indiscutivelmente, o carimbo dum título pretendido.
Pelo Vale, com a equipa da vila das artes em folga, resta o Campos, em bom momento, recomposto do descanso na passada semana para defrontar a sua congénere e bem conhecida equipa do Vila Fria, em casa destes últimos, dois conjuntos em posições honrosas e, por isso, capazes de proporcionar um bom encontro.
O Neves, agora em situação mais complicada para atingir o título, após nova escorregadela em Valença, acolhe o Vitorino de Piães e certamente regressará às vitórias, atribuindo-se também alguma dose de favoritismo, pelo factor casa e pontual, aos anfitriões Moreira de Lima na recepção à lanterna vermelha Vila Franca, que continuará nessa posição independentemente do desfecho do encontro e ainda à Correlhã perante o Távora, não descurando ainda neste caso o ascendente notório dos cornelianos, os resultados magníficos dos últimos encontros e o desejo de consolidar o quinto posto da tabela, pese todo o arreganho colocado pelos tavorenses em qualquer campo.
E finalizamos a antevisão da ronda com um duelo de últimos em luta titânica pela manutenção: o Castelense/Paçô, com a equipa vianense de regresso a casa após três jogos consecutivos na condição de visitante e os arcuenses após jornada caseira muito contestada. Dois pontos separam os conjuntos, com vantagem do Paçô, pelo que este será um encontro de proporções gigantescas para Necas Lima encetar possível recuperação ou arriscar em demasia a manutenção da equipa.
E agora o nacional, com Melgacense e Desportivo em seus domínios para cumprir calendário, além da dignificação dos emblemas. Os monçanenses não perdem há quatro jogos e mais algum ponto sobre o Marinhas poderá retirá-los desse indesejado último posto, tendo para tanto necessidade que os vizinhos de Melgaço não deixem o Esposende também pontuar. Mas há que atentar que nesta dupla esposendense de visitantes, se os da sede concelhia a nada poderão aspirar, já o Marinhas terá uma das últimas hipóteses de entrar no grupo dos seis primeiros.
Indiscutivelmente, um jogo de fortes emoções será o Vianense/Ronfe, com os dois principais candidatos à vice-liderança e rumo à manutenção, já que as equipas estão separadas por dois pontos, antevendo-se, em qualquer resultado, a entrada de ambos na fase decisiva. O líder Bragança defrontará o Ponte da Barca, em seu domicílio, sendo que qualquer ponto lhe assegura o apuramento, mas quantos mais averbar nesta fase, melhor se posiciona para a conquista do título, razão pela qual tenderá à vitória, o que a acontecer provocará, com elevada percentagem, a despromoção dos minhotos.
Já agora outro encontro de alto risco será Maria da Fonte/Taipas, pela rivalidade da vizinhança, pela proximidade pontual e pela necessidade de ambos pontuarem, já que um deles poderá cair da primeira carruagem. Incógnita total nos Moinhos Novos, com o Marinhas, cá pelas terras de Deuladeu, à espera do desfecho. Resta um Merelinense/Santa Maria, com os da casa com futuro praticamente decidido e os de Galegos em continuidade na luta pela primeira metade, onde se encontram e provavelmente se manterão até final.
Como habitualmente, o aceno ao principal representante vianense, o Limianos que precisa ele de boa vista, no Bessa, para manter o honroso segundo posto frente ao Boavista.
Entre os maiores, a abertura ocorre já hoje, com o dragão precavido em visita ao Beira-Mar, pois como soe dizer-se “dragão escaldado de água fria tem medo”. O seu parceiro de corrida só entra em acção lá para a noite de Domingo, pois necessita descansar e aquecer-se do gelo de Leverkusen, embora a vitória lhe garanta alento elevado e algum sossego para ultrapassar os estudantes coimbrões, embora nos pareça que levam a lição bem estudada. De permeio, o leão visita o reino do “galo”, mas nos tempos que correm já nem se estranhará alguma bicada e triunfo da crista sobre a juba.
Uma pergunta final: não acontecerá que na Segunda à noite a confiança de António Salvador vá toda pela enxurrada do Rio Ave? Uma semana mais, um encerramento com nova final para Peseiro, com mais um jogo escaldante dum renascimento de esperança… ou desilusão total.
Com tantas indecisões e enormes expectativas, não hesite em seguir-nos as narrações, na tarde de Domingo e as reacções, no “Prolongamento”, no dia imediato.
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