Ao debruçar-nos sobre a nova jornada que está prestes a chegar e após o funcionamento, pela vez primeira, do “chicote psicológico”, não o poderíamos fazer doutra maneira que não recordar um dos períodos da crónica de há uma semana – o da antevisão ao encontro Desportivo de Monção/Merelinense:
“ Os monçanenses vêm de duas derrotas consecutivas e sofrer uma terceira, além dos prejuízos pontuais, acarretaria desmotivação e, potencialmente, diminuição de apoios; um empate caseiro não trará melhor cenário, sobretudo se atentarmos na especificidade da época. Por isso, só a vitória perante o Merelinense conseguirá desanuviar o horizonte que já apresenta algumas sombras.”
Afinal, constata-se agora que as nuvens estavam bem carregadas e sombrias e a “trovoada” fez logo estragos no Manuel Lima. A meio da semana, a Direcção do Desportivo “prescindiu dos serviços da equipa técnica do plantel sénior” e, assim, Manolo e restantes elementos já fazem parte do passado do clube. Pelo menos por enquanto.
Apesar desta mudança, à RVM, David Guedes confirmou que “ a motivação dos jogadores está em alta para o grande dérbi deste Domingo”. E se é verdade que os grandes jogos, nele se incluindo os dérbis, trazem sempre motivação extra, estarão lançados todos os ingredientes para que o Desportivo/Melgacense venha a ser o cartaz da jornada pelo nacional da III divisão. Estaremos perante um encontro de importância acrescida, pois só a vitória interessará a qualquer dos conjuntos, acabando um possível (ou até previsível) empate por redundar em prejuízo de ambos.
Vida difícil para o Ponte da Barca, em quebra pontual após início promissor, que se desloca ao Merelinense, vice-líder, triunfador em Monção e aspirante à subida, cabendo ao Vianense receber o Santa Maria, equipa que tem feito estragos quando se desloca ao Dr. José de Matos.
Do trio da frente, porém, a tarefa menos complicada parece residir em Bragança que à vantagem do factor casa alia o facto de defrontar a lanterna vermelha, Esposende, ainda sem pontuar, ao passo que o primeiro, o Ronfe, tem viagem curta mas penosa até aos Caçadores das Taipas que não quererá perder o comboio da dianteira. Interessante saber até que ponto este “convidado” conseguirá manter a senda cem por cento vitoriosa!
Finalmente um duelo do Baixo Minho entre a Maria da Fonte e Marinhas, duas equipas que arrancaram de forma deficiente mas já encetaram o caminho de recuperação e curiosamente marcaram a ronda anterior pelas duas goleadas impostas aos adversários. Domingo à tarde faremos as contas finais da ronda.
Pela Honra, voltamos a ter os nossos quatro magníficos a contar com adversários exteriores e apenas o Cerveira a jogar no seu ambiente. Fá-lo, porém, perante um dos sérios candidatos ao título, Neves, que anda mais atrasado no calendário. Após o desastre inaugural, certamente já digerido pela “barrigada” em Castelo de Neiva, a equipa da vila das artes volta a casa para tirar a prova real à sua real capacidade e o adversário será o teste eficaz para a conclusão que se anseia positiva. Bom duelo, em perspectiva, no Rafael Pedreira.
Por sua vez, o líder Valenciano continuará com mais um encontro de grau de dificuldade elevada já que vai de abalada até Castelo de Neiva (houve inversão da ordem dos jogos), onde encontrará uma equipa “ferida” em recuperação dos cinco “tiros” sofridos na passada semana. Necas Lima promete que não se repetirá a dose, pelo que Rogério Brito terá que se precaver e ir bem preparado com as “bóias” de salvação para não naufragar à Beira-Mar e manter acesa a candeia que alumia duas vezes.
O Courense vai à festa na inauguração oficial do novo recinto de Paçô, onde, pese a sua natural cordialidade, não quererá ser o “bombo”, não se coibindo e procurando, quiçá, estragá-la, em termos desportivos, evidentemente.
Por sua vez, o Campos viaja até à terra das rosas, ao sempre difícil Visconde da Barrosa, mas com a moral em alta pela “chapa quatro” da semana anterior, na intenção de querer tirar a “franqueza” aos da casa e trazer, de volta, três pontos bem perfumados.
Semelhantemente ao Valenciano, os seus colegas de liderança também têm deslocações e, por esse facto, mantêm igualdade. O Vila Fria vai até às Lagoas de Bertiandos, enquanto o Moreira de Lima tem deslocação ao Monte Aval, para defrontar o Távora. As dificuldades serão idênticas para um e outro, já que encontrarão adversários aguerridos perante o seu público, residindo alguma dificuldade acrescida para os vilafrigidenses relativamente à natureza do terreno de jogo, diferente do seu hábito quotidiano.
A finalizar a ronda, um embate deveras interessante entre vizinhos e rivais, de resultado sempre imprevisível: Vitorino de Piães/Correlhã, oriundos de derrotas, com os anfitriões no inconfortável lugar de lanterna vermelha da prova.
Na divisão distrital secundária, o Raianos estará de folga, ao passo que Castanheira e Moreira não terão que se deslocar dos seus domínios. Os courenses não quererão desperdiçar mais uma oportunidade para se manterem na dianteira e no trilho vitorioso, recebendo o Grecudega, equipa que ocupa o indesejado degrau mais baixo da tabela. Há que atentar que são estas equipas que, tantas vezes, criam as maiores dificuldades até por alguma descompressão dos favoritos, mas Alberto Pires tem traquejo suficiente para motivar seus atletas e não deixar fugir os pontos em disputa.
O Moreira tem a seu favor o ditado popular “à terceira é de vez” , sendo esta mais uma oportunidade para “entrar” na competição, que é como quem diz, amealhar os primeiros pontos , necessitando, para tal, melhor prestação que a semana passada. O adversário é do “seu” campeonato, mas recomendam-se cautelas perante este Fachense, bastando atentar no seu vizinho Raianos, requerendo-se atenção que o encontro só termina com o apito final do árbitro.
Dos restantes, destaque para um confronto de líderes entre Darquense e Atlético dos Arcos, interessante para confirmar ou não a veia goleadora deste novo clube, quiçá perante aquela que deverá ser a sua primeira prova de fogo, pois enfrentará um adversário já “veterano” e com aspirações em voltar ao convívio dos grandes, por onde, normalmente, tem marcado presença. De realçar ainda um Perre/Lanhelas, encontro entre um surpreendente líder, com início prometedor e uma equipa que tradicionalmente luta pelos lugares cimeiros, ainda por cima a jogar no seu recinto.
Os três confrontos restantes, trarão sempre motivos de interesse, talvez com tendência para o factor casa, nomeadamente o Arcozelo/Caminho e o Ancorense/Águias do Souto, enquanto o Vitorino das Donas/Chafé possui ainda um extra pelo facto de ambos integrarem o lote de equipas sem qualquer ponto.
Apenas mais uma ligeira referência ao sensacional Limianos que defrontará no Cruzeiro a turma do Boavista! Os limianos apenas precisam de manter a boa vista que vêm mostrando, procurando segurar-se no pódio com mais uma vitória neste jogo do campeonato. Sim, em jogo de campeonato, quiçá impensável há meia dúzia de anos, a não ser em encontros de Taça! Por falar em “Taça”, ela estará de volta no próximo fim-de-semana e depois dela o campeonato maior, em pausa também neste, por via da selecção de todos nós, já esta tarde na longínqua Rússia e Terça-feira à noite no Dragão. Nestes dois momentos, de certeza, que estaremos em uníssono, como em sintonia pretendemos estar neste Domingo à tarde, bem como nos “Prolongamentos” dos dias seguintes.
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