Antevisão à jornada de 18/20 de Abril

Apesar de ser fim-de-semana de Páscoa e não obstante o facto de algumas competições terem pausa, são ainda muitos os motivos para saborear grandes embates e gerir emoções sem conta.
A própria tarde de Domingo pascal deverá ser o ponto culminante para exaltação da nação benfiquista que tem a probabilidade máxima de poder gritar o seu “Aleluia”, traduzido no grito “campeões, campeões, campeões”!
Certamente ninguém, por mais incrédulo que se sinta, deixará de acreditar na conquista do ceptro mais desejado por parte do Benfica, crendo mesmo os mais optimistas que até acontecerá já em plena Vigília Pascal, mas isso está dependente de terceiros, como seja o emblema da Cruz de Cristo não deixar que os leões triunfem no seu reduto.
E aqui reside o primeiro deslize da Liga ao proporcionar que o Benfica possa ser campeão de sofá, com o agendamento do encontro do Restelo um dia antes da hipotética festa na Luz. Se é certo que, como diz o mediático Rui Gomes da Silva, “saborear um título é bom de qualquer maneira”, não terá o mesmo sabor um encontro a que se retiraram ansiedade e emoções antes da sua realização.
Aconteça o que acontecer, a Águia, que já reservou o Marquês, desta vez sem riscos, vai fazer a festa ao final da tarde de Domingo, num prenúncio nada bom para o Olhanense, clube situado no extremo oposto que pode sofrer as amarguras da despromoção. E o mais provável é que, mesmo sem ganhar nada, garantidamente, o Leão também se prepara para festejar o direito de entrada directa na Champions, o que sucederá em caso de triunfo – e apenas neste caso – no Restelo, onde mora um Belenenses ainda a navegar em águas turvas, tão necessitado de pontos para escapar a dissabores de final de época, esperando ainda pelo desfecho do Paços de Ferreira/Nacional, de importância extrema para os castores, até porque os nacionalistas já terão reservado bilhete para o comboio europeu.
Já depois da ressaca das festas dominicais, lá para a tarde/noite de Segunda-feira, ao “moribundo” Dragão cabe receber o finalista das Taças, o Rio Ave que já garantiu direito à Liga Europa, num encontro que poderá servir para confirmar o “bronze” aos dragões, única forma de ainda poderem aspirar à liga milionária, bem como os sadinos serão anfitriões do Braga, que cessou também, de forma inglória, a mais horrível das épocas do Salvador, que também tem muito a mudar para os lados do Axa. Cá pelos do norte, vai pegar a moda doutrora noutras bandas: “para o ano é que vai ser!”.
A Liga Cabovisão poderá também viver momentos de euforia com promoções que se adivinham e ameaçam concretização, caso Moreirense e/ou Penafiel vençam os seus compromissos, respectivamente perante Braga B e na Covilhã, e contem com ajudas de Aves e/ou Portimonense, ou melhor com os apoios de Chaves e U. Madeira, clubes que, nos seus redutos, recebem a dupla perseguidora dos nortenhos, sendo que, pelo menos um deles, ainda venha a dispor da oportunidade chamada “liguilha”.
O nacional de seniores também terá efectivação de mais uma ronda, na tarde de Sábado, com a “final” do Valenciano marcada para Galegos, onde defrontará a equipa de Santa Maria, a primeira em linha de salvação e
única que poderá ser ultrapassada, pelo que a vitória é o mínimo que poderá servir aos valencianos, o que nem significa que seja suficiente. Jogo de risco duplo acontecerá em Vila Pouca de Aguiar, com Pedras Salgadas e Ninense num duelo terrível, de vida ou de morte a um deles ou de aniquilamento duplo, em termos desportivos, claro.
Ora, sendo o par de jogos citado aquele onde se situam as decisões, teremos então a tranquilidade nos encontros entre Mirandela/Fafe e Vianense/Vilaverdense, apenas servindo para escalonamento posicional final, sendo que qualquer dos quatro poderá ocupar qualquer dos lugares na escala. Na série de subidas, o líder Freamunde terá teste decisivo no Bessa, com o Boavista absolutamente desinteressado na prova, já recolocado na liga principal, mas com hipóteses de retirar os “capões” da liderança, à espera do que estará o Vizela, anfitrião do Ver, equipa que jogará apenas em cumprimento de calendário, tal como Cesarense e Limianos, a não ser os forasteiros na tentativa de uma primeira vitória nesta poule. Finalmente, o Vitória jogará último trunfo no nordeste transmontano, onde o Bragança já não aspira a mais que concluir a prova em lugar honroso.
Cá pelos nossos meandros, há diminuição substancial de jogos. Bastará atender que não há jornada de qualquer dos campeonatos, mas nem por isso deixamos de ter dois jogos, em duas provas distintas. Primeiro, a final da Taça da Associação, em tarde de Sexta-feira Santa, no campo da Senhora das Oliveiras, em Darque, que acolherá o confronto entre Correlhã e Ponte da Barca. Se é certo que “numa final da Taça não há favorito”, esta final em concreto tem dois, já que ambos reúnem as mesmas condições. E se quiséssemos, por curiosidade, comparar com outros confrontos entre ambos, na época, reforçaríamos a conclusão, já que se registaram dois empates nos desafios do campeonato. Por isso, a única certeza é que a Taça vai para o Vale do Lima.
Cá pelo Vale do Minho vamos ter que nos contentar com o dérbi mais do Alto, no Centro de Estágios, entre o Melgacense e o Desportivo de Monção, na noite desta Sexta-feira e por antecipação à jornada de Pascoela. É sempre um dérbi, é certo, mas este terá mais a particularidade de cumprir-se, embora aos anfitriões pensem na tranquilidade absoluta, necessitando pontos para o efeito, e os forasteiros numa esperança em chegar ao pódio.
O nosso apontamento final vai por hoje para camadas jovens, com a menção da final da Taça de Juvenis, Sábado, por terras de Âncora, junto à praia, onde um clube da terra, Ancorense, tentará arrebatar a Taça ao Cerveira, mas esta equipa vai tentar conquistar a terceira vitória da temporada perante os seus rivais.
E para um fim-de-semana de Páscoa, que mais pretendemos? Além das vitórias para o nosso lado, os desejos sinceros que essa Páscoa seja verdadeiramente feliz.