Antevisão à jornada de 17/18 de Janeiro

Neste fim-de-semana, com toda a propriedade, poderemos afirmar que atingiremos o meio da época, momento importante para balanço. Se nada houver de anormal, terminarão as primeiras voltas dos dois campeonatos distritais; de igual modo, de ambos os profissionais (II e I Ligas); concluir-se-á a primeira fase do nacional de seniores e até nas modalidades assistiremos às mudanças de fases ou também de competições.
Cumprindo-se o lema que “in mediu est virtus”, eis o fim-de-semana da virtude desportiva. Pelas provas distritais, teremos apenas quatro partidas, precisamente as que se encontram em atraso. Na divisão principal, Correlhã e Castelense, em situações de tranquilidade na tabela, põem as contas em dia. E se ao Castelense uma vitória praticamente o manteria no mesmo posto, já à Correlhã lhe possibilitaria a entrada no quarto degrau, em parceria com Valenciano, mas em vantagem sobre este.
Por sua vez, na divisão secundária, entre o trio de jogos inclui-se o que definirá o título de campeão de inverno: precisamente o Arcozelo/Chafé, o primeiro de dois embates entre ambos, em dois fins-de-semana consecutivos, aliás, como acontece com Bertiandos/Darquense e Águias do Souto/Caminha.
O interesse do Arcozelo/Chafé reside mesmo nesse particular de definir o líder da primeira volta, que só caberá ao anfitrião em caso de vitória, já que qualquer outro resultado servirá o Chafé. Para criação desta importância contribuiu a derrota caseira do Chafé na ronda anterior e conquistaria entusiasmo a competição com empate ou novo desaire dos vianenses. Por seu turno, Bertiandos/Darquense poderão proporcionar jogo equilibrado, tal como eles se encontram na tabela, podendo alternar-se, embora nunca se afastando demasiado, enquanto no Águias/Caminha, independentemente do resultado, os anfitriões estão impossibilitados de sair do penúltimo posto e o Caminha apenas poderá subir um pequeno degrau.
O nacional de seniores vai despedir-se também da fase inicial para dar lugar, na maioria dos emblemas, ao duelo final na luta pela permanência. E a ronda derradeira até tem um sabor a justiça ou seja, não permitirá desconfianças, já que Mirandela e Fafe, para quem os pontos para mais nada servirão no futuro, jogam entre si, ficando em competição à parte os oito que jogarão a fase decisiva. Mas atenção, o Mirandela/Fafe tem um interesse muito especial, que consiste em definir o campeão de série, já que o conjunto transmontano ainda pode alcançar esse galardão em caso de vitória sobre os fafenses.
Para os restantes, os pontos valem e, por isso, o empenho vai ser total. E que remédio para Cerveira, mas sobretudo Vianense e Limianos, senão lutarem pelos três pontos! O pior é que para Cerveira e Vianense só há hipótese de três pontos para um deles, pois se defrontam, a não ser que os dividam, ficando ambos em desvantagem. Uma coisa é evidente: os actuais cinco pontos de vantagem dos da vila das artes não se manterão na fase decisiva, apesar dos cerveirenses arrancarem sempre na dianteira, com um, dois ou quatro pontos.
O mesmo quiçá para outros, mas a verdade é que o Limianos tem a viagem mais longa, até Bragança, e a pontuação mais curta entre os vianenses, resultando que só uma vitória servirá as aspirações limianas, já que mesmo nessa situação partirá sempre em lugar de despromoção, quanto mais se não arrancar ponto algum!
Extremos tocam-se no Vilaverdense/Vieira, com os anfitriões amplamente favoritos à permanência em oposição à lanterna vermelha que iniciará a etapa derradeira nessa situação. Já Santa Maria/Pedras Salgadas se mostra nesta altura mais preocupante para os barcelenses que os transmontanos, mas uns e outros tentarão o melhor pois ambos terão ainda muito caminho a percorrer até à salvação ou queda nos distritais. Domingo à tarde, estaremos em condições de fazer as contas para reiniciar daqui a quinze dias, a fase verdadeiramente dura.
No futebol profissional acontece semelhança com o distrital: falta encontrar um campeão de inverno, também na Liga secundária. E há quatro potenciais concorrentes a esse ceptro. Em primeiro plano, evidentemente, o Freamunde, pois é líder, mas em igual oportunidade o Tondela, vice-líder, já que ao jogarem entre si (indiscutivelmente o jogo da jornada) ambos dependem apenas de si próprios, embora se possa considerar o factor casa, neste caso para os “capões”. Haverá ainda hipóteses para Benfica ou Portimonense, mas ambos dependem de empate no jogo anterior e ambos jogarão fora de casa, respectivamente, em Guimarães e Leixões. Por isso, a jornada derradeira promete, acrescentando-lhe ainda um Oliveirense/Chaves, quintos classificados, em que um deles poderá, na melhor das hipóteses, chegar mesmo a segundo.
Mais calma, pelo menos em título nesta altura, se mostra a liga principal, mas outros motivos interessantes a rodeiam. Entre os “grandes”, o Porto joga primeiro, em Penafiel, e vai tentar meter “pressão” nos concorrentes, se não perder ele mesmo pressão, que a partir de agora começa a ser perigoso. Depois, o Benfica viaja até à Pérola do Atlântico para defrontar o Marítimo, que há um ano o obrigou a entrar de forma deficiente na prova, esperando dragões e leões que a cena se repita. Finalmente e já com todos os resultados conhecidos, entrará em cena o Sporting, no reino de Alvalade, para defrontar o Rio Ave, candidato europeu, mas a quem os leões querem vencer nem que seja no último pontapé da bola, de que são exímios e sortudos. De permeio, teremos a “meia de cima” a defrontar a “meia de baixo”, recorrendo aos costumes aldeões. Guimarães/Académica é um deles em luta de europeu e permanência, idêntico a Belenenses/Gil Vicente, o mesmo que Setúbal e Braga, embora os bracarenses se mostrem instáveis, tal como um Paços de Ferreira/Nacional, embora os madeirenses se encontrem em recuperação ou ainda um Moreirense/Arouca, embora os “cónegos” ambicionem apenas a tranquilidade o mais cedo possível. Em termos de equidade, pelo menos momentaneamente, há que contar com um Boavista/Estoril. E não digamos mal dos menus que nos são presenteados.
Começamos as pinceladas finais desta etapa pela referência ao Inatel, onde Longos Vales, motivado pela primeira vitória, volta a jogar no seu território frente a Cepões, colocado no degrau superior imediato, mas com pontos dobrados, significando dificuldade à vista, enquanto o líder Cabaços mede forças com o imediato, Anais, na presunção que um ponto não significa barreira intransponível para qualquer, ao passo que Cardielense e Adecas lutarão pela fuga à lanterna vermelha, que continuará, forçosamente, em posse de um deles.
Em Hóquei em Patins, apesar de pausa no campeonato, o nosso Valença HC, quinze dias depois, volta à Mealhada, levando na bagagem a arte de voltar ali a vencer, embora tenha que adaptar-se pois este será um jogo de Taça. O outro campeonato, principal, ficará lá mais para o meio da semana, depois das competições europeias.
O Futsal nacional conduz-nos, de igual modo, à Taça, onde sobressai o Braga/Benfica e a constatação que uma das melhores equipas portuguesas de momento ficará arredada do troféu. Por cá, também o término do distrital feminino, em primeira fase, com uma ronda final onde há um “bilhete” disponível para viajar até à fase final, onde já se encontram Soutelense, Castanheira e as valencianas de Zona Fut. Neiva ou Ponte da Barca que se apressem.
E pronto. Não esqueçam a maratona dos Sábados pela manhã, com os seus quarenta e cinco jogos – em tantos haverá um, de certeza, perto de si – bem como os embates na formação, em todos os escalões, dos quais concordarão em destacarmos o Limianos/Barroselas, em Juniores. É que a chave deste campeonato, que curiosamente também atinge o meio, passa, indiscutivelmente, por este jogo.
Também nós esperamos passar por ele, tal como por todos os restantes. É o nosso propósito.