PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Monção

Anterior presidente dos bombeiros admite erros mas não compreende demissão da actual direção

22 Fevereiro, 2012 - 16:59

185

0

O anterior presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Monção garante que a “difícil” situação financeira que a instituição atravessa desde 2011 “era do conhecimento” dos atuais dirigentes, que esta semana anunciaram a demissão.

O anterior presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Monção garante que a “difícil” situação financeira que a instituição atravessa desde 2011 “era do conhecimento” dos atuais dirigentes, que esta semana anunciaram a demissão.

“Pela primeira vez, nos seis anos em que estive como presidente, tivemos, em 2011, prejuízos e por isso aceito que me chamem de mau gestor ou incompetente. Não admito é que venham dizer que não conheciam as contas, porque tudo foi mostrado. É totalmente mentira”, afirmou hoje à Lusa Luís Nunes, que liderou a direção até janeiro último.

O presidente da direção atual anunciou na terça-feira, à Lusa, que aquele órgão apresentou a demissão em bloco, pouco mais de um mês depois de ter tomado posse, alegando a situação financeira “desconhecida” que herdou da gestão anterior.
“Encontrámos uma diferença muito grande na realidade económico-financeira da associação, face ao que nos foi relatado pela anterior direção, antes de concorrermos”, explicou Francisco Pinto, presidente da direção, em funções desde 14 de janeiro.

Em causa está o último relatório e contas da associação, relativo ao exercício da anterior direção, em 2011, e que só em dívidas a fornecedores aponta para uma verba total de 240 mil euros.
As contas foram fechadas nos últimos dias e assumem um prejuízo total de 60 mil euros, com uma dívida à banca superior a 200 mil euros.

Por outro lado, a associação é credora de mais de 120 mil euros de despesas com transportes de doentes, em que a grande fatia corresponde a serviços prestados às unidades de saúde, públicas, do distrito de Viana do Castelo.
“Face a esta situação, que só agora foi do nosso conhecimento, apresentámos hoje mesmo [na terça-feira] a nossa demissão ao presidente da Assembleia”, disse Francisco Pinto, antigo comandante da corporação e que liderou a lista vencedora no último ato eleitoral.

Já Luís Nunes admite estar “profundamente surpreendido” com esta tomada de posição, até porque, garante, “antes das eleições, a contabilidade da associação foi apresentada aos elementos das duas listas concorrentes”.

“No espaço de quase dois meses, tendo em conta que o prazo para fechar as contas é até 31 de março, podem ter aparecido mais algumas faturas de 2011, mas nada que justifique esta posição. Se não queriam assumir os destinos da associação não tinham tomado posse. Desta forma é lamentável”, apontou Luís Nunes.

Ainda assim, admite que durante o ano de 2011 “já deveriam ter sido tomadas medidas” para fazer face aos “cortes” nos serviços de transporte de doentes, que fizeram reduzir as receitas próprias da associação.
“São precisas medidas corajosas para reduzir as despesas, como ao nível do pessoal e, provavelmente, já deveríamos ter feito isso em 2011. Mas como estávamos em final de mandato isso não aconteceu”, admitiu.
A atual direção já fez saber que vai manter-se em funções até que novo ato eleitoral seja agendado.

Últimas