Até à data, estão já confirmados dois autocarros que vão levar agricultores do Alto Minho até Lisboa, no próximo dia 17 de Abril, para participar numa concentração de agricultores, promovida pela Confederação nacional de Agricultura.
A manifestação, que decorrerá junto à Assembleia da República, visa contestar as novas regras fiscais do Governo para o sector.
À Rádio Vale do Minho, Eugénio Vítor, da Associação Regional dos Agricultores do Alto Minho, confirmou que está a ser organizada a deslocação até Lisboa.
Para o efeito, foram convidados agricultores das cooperativas de Arcos de Valdevez, Ponte de Lima e de Viana do Castelo. Até ao momento, estão confirmados dois autocarros, mas aguardam-se mais presenças.
De acordo com o responsável, uma das maiores preocupações dos agricultores do Alto Minho prende-se com a dívida do Governo às Organizações de Produtores Pecuários (OPP), cifrada em mais de 12 milhões de euros. Eugénio Vítor realça que esta situação está a “pôr em causa a sanidade animal”.
Outro dos problemas está relacionado com a fiscalidade. Segundo as novas regras fiscais do Governo, os agricultores têm agora de se registar nas Finanças e de comunicarem mudanças de actividade.
O prazo para esta actualização acabava a 1 de Abril, mas foi alargado, pelo Governo, para 31 de Maio de 2012, uma situação que nem por isso alterou a posição dos agricultores.
Sobre esta medida, o representante da Associação Regional dos Agricultores do Alto Minho realça que os agricultores da região são, sobretudo, de uma faixa etária mais avançada e avessa a “burocracias, a papéis”, sendo que muitos deles pensam até em abandonar o sector.
Os agricultores do Alto Minho estão confiantes numa mudança de posição ou recuo por parte do Executivo relativamente a essas medidas.
De resto, a manifestação frente à Assembleia da República está marcada para 17 de Abril, com início pelas 15h00.
A Confederação Nacional de Agricultura, promotora da concentração, considera que as “novas imposições fiscais sobre os pequenos e médios agricultores devem ser eliminadas”, pois poderão, segundo dizem, “conduzir à quebra na produção e aumento das importações”, com o “desaparecimento de milhares de pequenas e médias explorações”.
Os manifestantes vão ainda exigir “outras e melhores políticas agro-rurais”.
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