“Bora Lá Laborar” é a proposta que o Teatro do Ferro traz esta sexta-feira, 22 de setembro, pelas 22h00, a Paredes de Coura numa peça com assinatura de Igor Gandra.
O Centro Cultural de Paredes de Coura vai ser confrontado por um espectáculo-laboratório que envolve pessoas, matérias e marionetas, interrogando/refletindo para que é que trabalhamos e para que serve o trabalho.
“Bora Lá Laborar” é uma expressão que não se usa, pelo menos não conhecemos ninguém que a use. Descobrimo-la, ou inventámo-la atraídos pela sua sonoridade circular e sobressaltada, como o funcionamento de algumas máquinas. Bora Lá Laborar! quer dizer: “vamos ao trabalho!” ou, em inglês, “let´s work”, “au boulot! /au travail!” em francês… supomos que em quase todas as línguas modernas deve existir uma coisa assim – o trabalho é uma condição universal do humano, mesmo para aqueles que não trabalham. Aqui, laborar significa também pensar coletivamente, em voz alta e com o corpo. Bora Lá Laborar é, pois, um projeto em que se procura uma reflexão na forma de teatro sobre o lugar do trabalho nas nossas vidas enquanto sociedades e indivíduos.
Para que é que trabalhamos?
Para ganhar a vida?
Para ganhar dinheiro?
Para que serve o trabalho que milhares de milhões de humanos no mundo inteiro a todo o instante realizam?
Será que poderia ser de outra forma?
Porque é que a tanta gente custa sair da cama para ir trabalhar – será que são preguiçosos, ou haverá mesmo algum problema?
Será que a preguiça é um problema?
Será mesmo que o trabalho dá saúde ou liberta?
Haverá trabalho para todos num sistema produtivo cada vez mais automatizado?
E se não houver, o que acontecerá com todos que veem suprimido o seu direito ao trabalho?
Mas o trabalho é um direito ou um dever?
E os velhos, não deviam também trabalhar? E já agora, as crianças – a escola é trabalho? Então e os trabalhos de casa?
E as mulheres, porque é que tantas vezes ganham menos pelo mesmo trabalho?
Pois, e o trabalho de parto? Sim, mas o que é que nasce do trabalho? Ufa, que grande trabalheira! E ainda agora começámos…
Encenação, cenografia e dramaturgia – Igor Gandra
Assistência de encenação – Carla Veloso
Letra das canções – António Gil
Interpretação – Carla Veloso, Catarina Chora, Eduardo Mendes, Igor Gandra, Mariana Lamego
Realização plástica – Eduardo Mendes
Vídeo – LoTA Gandra
Desenho de luz – Mariana Figueroa
Figurinos – Marta Figueroa
Fotografia de cena – Susana Neves
Oficina de construção – Eduardo Mendes, Hernâni Miranda, Igor Gandra, Carla Veloso,
Catarina Chora, Mariana Lamego
Agradecimentos – Ana Lúcia Figueiredo
Produção – Teatro de Ferro 2023
Coprodução – Fábrica das Artes-Centro Cultural de Belém, Fundação Lapa do
Lobo, Teatro Aveirense, Teatro Municipal da Guarda, Teatro Municipal de Faro
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