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Valença

6 Abril, 2010 - 20:16

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A Comissão de Utentes do Centro de Saúde de Valença confia na iniciativa dos partidos da oposição no parlamento para obrigar o Governo a alterar a decisão de encerrar a Urgência local.

A Comissão de Utentes do Centro de Saúde de Valença confia na iniciativa dos partidos da oposição no parlamento para obrigar o Governo a alterar a decisão de encerrar a Urgência local.
Em declarações hoje à agência Lusa, o líder da Comissão, Carlos Natal, disse que o organismo manteve conversas com representantes dos vários partidos da oposição ao Governo, "aguardando, agora, que tomem a iniciativa na Assembleia da República".
"Uma coisa é certa: o Ministério da Saúde está a manipular, diminuindo-os, os números do atendimento no extinto serviço de Urgência do Centro de Saúde", afirmou Carlos Natal, garantindo que os valencianos não desistirão enquanto a situação não for reposta.
O responsável falava durante a concentração de protesto contra o fecho do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) hoje ocorrida no Centro de Saúde de Valença e que juntou cerca de 150 pessoas.
A iniciativa será complementada com uma marcha lenta de automóveis, com início marcado para as 18:00, e em que será atravessada a ponte internacional sobre o rio Minho.
No local, os manifestantes pediram à ministra da Saúde, Ana Jorge, "para não ter medo" de se deslocar à localidade, afirmando, a propósito, que a governante terá prometido que a Urgência não fecharia.
Aos gritos de "abaixo a ministra" e "abaixo Sócrates", os valencianos presentes agitavam bandeiras espanholas, cantarolando "E viva Espanha", ou mesmo "independência".
Garantem que nenhum deles se deslocará ao Centro de Saúde em Monção – cujo serviço de Urgência ficou aberto no Centro de Saúde local – dizendo ser preferível fazer um quilómetro e ir à cidade de Tui ou Viana do castelo do que percorrer 36 para ir e vir a Monção, "onde a urgência não tem condições".
Alguns criticavam a ausência do presidente da câmara e diziam que a situação "está pior do que no tempo de Salazar" queixando-se de que, "com a democracia, tudo está a ser tirado" à cidade.
Para além da concentração, a população de Valença do Minho continuou, hoje, a colocar bandeiras espanholas nas fachadas dos prédios e das lojas comerciais em protesto contra o fim do serviço de urgência da cidade.
As bandeiras do país vizinho foram hasteadas como sinal de agradecimento à Câmara Municipal de Tui, situada do outro lado da fronteira, a apenas um quilómetro de distância, na Galiza, Espanha, cujo presidente disponibilizou os serviços de saúde locais para atender os valencianos.
O caso provocou alguma simpatia nos turistas galegos que diariamente procuram o comércio local – nomeadamente em busca de atoalhados de fabrico português.
Apesar disso, havia quem, entre os visitantes da Galiza, dissesse que "por coisa nenhuma poria uma bandeira portuguesa hasteada em casa".

FONTE: Lusa

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