Antevisão à jornada de 5/6 de Março

Numa ligação litúrgica e parafraseando o início da Quaresma, diremos que nem só do grande clássico viverá o fim-de-semana desportivo, pois haverá imensa actividade aquém e pós esse escaldante dérbi de Alvalade entre Sporting e Benfica, que poderá trazer luz imensa ao campeonato ou torná-lo ainda mais confuso e complicado. Há muito tempo que um clássico desta natureza não era tão comentado, nem jogado com tanta antecedência nos preparativos, tal como terá prolongamento pelos tempos seguintes. Espera-se e deseja-se que pelo menos nos noventa minutos de Sábado à noite, tempo de duração do espectáculo, o real ofusque o virtual, agrade os amantes do desporto-rei, já que não poderá servir os interesses de ambos os conjuntos, não obstante terceiros poderem extrair benefícios.
Cá entre nós, é maré de Taça, com a disputa dos oitavos de final, mais propícia aos emblemas primodivisionários, porquanto a eliminatória agrega apenas um quarto de clubes da divisão secundária e salvo um emparelhamento entre dois deles – Fachense/Távora – os outros fá-lo-ão na condição de forasteiros. Resta, assim, a certeza dum único secundário presente nos “quartos”, não podendo sequer comparar ao campeonato já que ainda não se defrontaram na mesma situação actual, apenas a referência, se essa terá valor, da igualdade entre ambos no Monte Aval. Para haver mais algum, teremos que falar nos “tomba gigantes”, podendo ficar com esse atributo o Melgacense, se sair vencedor na Correlhã, colectividade recentemente vencedora desse troféu e interessada na repetição do feito, sendo, por esse motivo e pela boa prestação caseira, complicada a tarefa dos da terra de Inês Negra, ou então o líder incontestado, Arcozelo, que terá no Rafael Pedreira, diante do Cerveira, oportunidade para grande teste à capacidade real do conjunto. Seja como for, raramente costuma deixar de se evidenciar um “tomba gigante”, pelo que, a cumprir-se a tradição, ele só poderá andar por um destes dois jogos.
Dos embates entre dez primodivisionários sairão cinco apurados para os quartos, sendo impensável prognosticar a origem dos mesmos, já que nenhum dos anfitriões se pode arvorar como claramente favorito, tal como qualquer visitante pautar-se como não tendo probabilidades de seguir em frente. Assim, o signo do empate tem caracterizado os desfechos entre os agora opositores. Quatro dos jogos agora sorteados – Arcos/Barca, Vila Fria/Desp. Monção, Vitorino Piães/Valenciano e Castelense/Paçô tiveram rigorosamente o mesmo resultado nos correspondentes encontros do campeonato – empate em dois golos. Será que manteremos a mesma tendência e a resolução nos prolongamentos? Será necessário recurso à lotaria das grandes penalidades em algum dos encontros?
Respostas correctas somente lá para meio da tarde de Domingo, altura em que terá decisão também o Lanheses/Campos, único encontro com triunfo forasteiro aquando do campeonato, mas com retribuição já na partida da segunda volta, pelo que também nesta partida o equilíbrio poderá ser nota dominante. Se a tudo o mais acrescentarmos o factor “taça”, onde as surpresas se costumam adensar, teremos, certamente, uma tarde de gáudio em matéria de emoções desportivas.
A divisão secundária deverá ficar em dia, com a disputa do encontro Anais/Moreira, em atraso, num momento em que a equipa monçanense parece em melhor forma que à data daquele jogo, residindo nela a esperança de poder amealhar mais algum ponto, disputando-se também o encontro Longos Vales/Cardielense, antecipado uma semana, jogo propício à tão almejada vitória que a equipa sanjoanina há muito anseia, sendo este um dos conjuntos ao alcance dos monçanenses.
No futebol nacional, iniciamos pelo Portugal Prio, em mais uma ronda importante para os conjuntos vianenses, mormente o clube da capital e o Neves, que para sair da lanterna vermelha está obrigado a ganhar, em casa, ao líder Pedras Salgadas, o que não parece de todo fácil, e esperar que também o Limianos faça o mesmo em terra dos “mineiros”, pois poderia significar o princípio da consolidação da salvação limiana e condenação do Argozelo. Vianense e Camacha disputam a partida mais contundente e de importância vital para os minhotos na possibilidade de ultrapassar o adversário e sair, pela vez primeira, da zona de aflição, ou minimamente evitar a fuga, quiçá irremediável aos madeirenses, em caso de triunfo forasteiro. Acresce o Mirandela/Marítimo, entre dois emblemas mais tranquilos e que até poderão alternar posições.
Na série de promoção, a liderança joga-se entre Bragança e Vizela, embora não com este par na dianteira, mas sim os seus adversários, respectivamente, Fafe e Estarreja, com a diferença que o Vizela está impedido de a alcançar, ainda que triunfe, caso em que a entregaria ao vencedor desse Bragança/Fafe ou aos forasteiros, em caso de empate. Gondomar e Vilaverdense tentarão a chegada aos lugares da frente ao passo que Anadia e Pedras Rubras disputarão a manutenção ou permuta da lanterna vermelha.
Chegados ao futebol profissional, os extremos tocam-se no Chaves/Guimarães B, com os flavienses na luta pela manutenção desse primeiro posto de promoção, com o Vitória em zona de queda, aguardando também os locais a hipótese liderança, ainda na posse do Porto B que será anfitrião do Olhanense. A luta directa nesse segundo lugar de promoção desenvolve-se, prioritariamente, entre Famalicão, com deslocação ao Sporting B e Feirense, em recepção ao Atlético, espreitando dupla derrota o Portimonense que, no Algarve, medirá forças diante do Braga B. As últimas expectativas moram em Freamunde que terá que vencer na deslocação às Aves e ainda no Gil Vicente que vai recepcionar o Leixões.
A Liga NOS terá, além desse escaldante Sporting/Benfica, um Braga/Porto, os dois finalistas da Taça de Portugal, cuja importância poderá crescer em face do desfecho no clássico, tanto que o encontro de Braga ocorrerá um dia depois.
Ora, com os quatro primeiros em confronto, a luta será imensa no topo da tabela, tal como teremos jogos intensos na luta por evitar a despromoção. A lanterna vermelha, Tondela, recepcionará o Arouca e uma vitória local poderá trazer algum “oxigénio”, quiçá insuficiente para salvação, mas suficiente para enervar ainda mais os imediatos seguidores, como a Académica, na recepção ao Guimarães, num jogo impensável sem triunfo dos estudantes num rumo à manutenção, mas a contarem que os conquistadores estão na luta por lugar europeu e também no Boavista, igualmente a jogar em casa, defrontando o Nacional, que não estando seguro respira um pouco melhor.
Ainda sem manutenção garantida, o Moreirense visita Setúbal, um jogo difícil tanto que os sadinos procuram recuperação dos últimos tempos menos produtivos e o União da Madeira espera o Belenenses, ambos interessados em adquiri pontos rumo à tranquilidade total.
Restam os extremos da jornada em termos horários, entre conjuntos em luta europeia ou na derradeira tentativa de lá entrarem: é o caso de Paços de Ferreira/Marítimo, em abertura nesta noite de Sexta-feira e Rio Ave/Estoril, em encerramento na noite de Segunda-feira.
Uma pincelada em Hóquei resumida à II Divisão, já que a primeira tem apenas dois jogos em atraso, com Valença H C defendendo a liderança, em casa, diante do rival Famalicense e seus directos opositores fora dos seus pavilhões, com Riba D’Ave na Póvoa e Espinho, no Porto, diante do Infante de Sagres.
O Basquetebol traz-nos mais duas competições distritais de formação, com a Liga de Mini Basquetebol e o Campeonato de Sub 15 masculinos, enquanto o Futsal se dedica às Taças distritais e nacional, ficando para campeonatos a conclusão dos Juniores A Femininos, consagrando Santa Luzia no título de campeão. Nas Taças, teremos quartos em Masculinos (Juniores e Seniores distritais), enquanto em Femininos Seniores apenas uma primeira eliminatória em que os quatro principais do campeonato ficaram isentos. Já na Taça de Portugal, Sporting/Braga será o cartaz dos oitavos de final da prova masculina.
A maratona do Futebol de Sete terá a disputa da antepenúltima ronda, quiçá com os primeiros três campeões, pelo menos potenciais: Perspectiva e Academia, em Benjamins e Torre, pelos Infantis.
No Futebol de Onze distrital, arrancam os torneios extraordinários em Iniciados e Juvenis, bem como as fases finais da II Divisão dos mesmos escalões, jogando-se as penúltimas rondas nos dois escalões da primeira divisão, talvez com os apuramentos finais, ficando por decidir o distrital de Juniores, nesta penúltima ronda, e desde já, potencialmente adiado em quinze dias para a conclusão do jogo em atraso, que talvez já devesse ter acontecido. Mas mais vale tarde que nunca…
E acho que o “cenário” do fim-de-semana será aprazível. Na Segunda, possivelmente cá estaremos para dar nota das emoções vividas.