Num abrir e fechar de olhos, a Dona Tina, de Valença tornou-se na pastora mais popular do Alto Minho, e provavelmente da Galiza. Após ter sido notícia por cá na Rádio Vale do Minho e noutros órgãos de comunicação social, aos 69 anos de idade deu uma entrevista ao jornal La Voz de Galicia.
“Acho que ninguém sabe que o meu verdadeiro nome é Ernestina. Nunca ninguém me chamou assim. Mas se perguntarem pela Tina, em qualquer lugar de Valença sabem onde estou”, disse desde logo a pastora aos jornalistas galegos.
A casa onde vive não tem luz. Nem água quente. Vale-lhe a solidariedade dos vizinhos.
Começou o ano com um grande susto. Diz aquele jornal que foi “a primeira” a notar que uma parcela das muralhas da Fortaleza de Valença tinha desabado.
Ernestina terá sido a primeira a notar que parte da Fortaleza de Valença tinha colapsado
[Fotografia: Blog Olhar Viana do Castelo]
Recordou o passado. Debaixo de um regime ditatorial em Portugal, Ernestina revela que trabalhou “toda a vida no contrabando, desde criança… mas nada a ver com drogas”. O medo da guarda fiscal e da própria PIDE ainda permanece bem vivo na memória.
“Se te apanhassem levavam tudo o que tinhas e não tinhas como pagar as multas”, conta.
Pastora foi contrabandista nos tempos do Estado Novo
[Fotografia: Blog Olhar Viana do Castelo]
A idade vai avançando. Embora seja muito estimada por todos os valencianos, a Dnª Tina faz intenções de vender o seu rebanho. No total são 32 ovelhas. Mas não está a ser fácil.
“Não encontro ninguém que me ofereça um preço justo. Antes ainda se vendia estrume, lã e até os bezerros… mas agora ninguém investe”, lamentou.
Entretanto, enquanto os dias passam, a Dnª Tina lá vai à Fortaleza. Sempre acompanhada do seu rebanho… ou melhor, da sua “brigada de jardinería ecológica“, conforme lhe chama o La Voz de Galicia.
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