O PS Valença manifestou-se “rotundamente contra” a integração do Município numa parceria multimunicipal com a empresa Águas de Portugal para gestão dos sistemas em baixa de água e saneamento, que será detido em 49% pelos municípios e 51% pela empresa estatal. A justificar a posição, em comunicado enviado à imprensa, os socialistas valencianos alertam para “o aumento exponencial que a tarifa da água sofrerá ao longo dos próximos anos, com as consequências deste negócio a terem forte impacto nos bolsos dos munícipes valencianos”. O PS Valença fez as contas e chegou a conclusões que preocupam o partido. “Para um consumo de 10 m3 de água mensais (valor de referência nos estudos promovidos), o valor total da factura da água em Valença (incluíndo saneamento e taxas) passará dos actuais 20,20 euros para os 26,40 euros, num aumento de mais de 6 euros mensais, que extrapolando, significará um aumento de 241,81 euros para 316,92 euros no consumo anual, ou seja um aumento de cerca de 75 euros por ano”, afirma o PS Valença.
Os socialistas mostram-se também preocupados pelo facto de que “a centralização dos futuros serviços em Viana do Castelo, contemplada neste acordo de fusão, embora com 3 polos operacionais e um centro de atendimento, deixa em aberto, por um lado, a possibilidade da deslocalização de funcionários municipais para Viana do Castelo e promove, por outro, a consequente perda de eficácia e qualidade no serviço prestado aos munícipes valencianos”.
A proposta vai ser discutida muito em breve tanto em reunião de Câmara como em Assembleia Municipal. O PS termina com a garantia de que “reafirmará a sua oposição nas próximas reuniões do Executivo Municipal e da Assembleia Municipal onde se perspectiva a discussão e votação definitiva deste acordo”.
Jorge Mendes: Parceria é “garantia de um serviço de qualidade”
Na resposta aos socialistas, o presidente da Câmara de Valença (PSD) iniciou logo com um lamento, em jeito de ‘recado’. “É pena que o PS se esqueça que foram eles que, em 2000, negociaram a venda da água às Águas de Portugal“, disparou Jorge Mendes. “É isso que hoje nos mantém amarrados!”, exclamou. “O Município de Valença e muitos municípios do Alto Minho estão amarrados a um negócio que não aceitámos na altura, de venda da água em alta. Não só a rede mas também as próprias captações”, recordou o edil valenciano.
Jorge Mendes desdramatiza por completo a esquerda e vê esta parceria como “interessante para o Município de Valença”. “Esta parceria pública é a garantia de termos um serviço de qualidade e com garantia de fornecimento de água. É preciso não nos esquecermos do que se passou no Verão passado”, frisou o autarca que garante que não vai acontecer nenhum “aumento exponencial de tarifas”. “A alteração da tarifa será muito pequena. E para as populações com mais dificuldades, cá estaremos para implementar tarifas sociais se for caso disso”, concluiu.
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