O PS de Valença congratulou-se esta semana com a anunciada criação de uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP) na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários locais. Em comunicado enviado à imprensa, os socialistas lembram que esta “foi uma das bandeiras eleitorais” do partido durante as últimas autárquicas. O investimento rondará os 30 mil euros por ano. Na mesma nota, o PS recorda que o atual presidente de Câmara, Jorge Mendes (PSD), “sempre se manifestou contra a criação de uma EIP e mostrou a preferência pela criação de uma equipa de Sapadores Florestais no nosso concelho, tendo até o Município adquirido duas viaturas para o efeito”.
Ora, refere ainda o PS valenciano que têm existido “contactos da Secretaria de Estado da Administração Interna com o Sr. Presidente da CM Valença tendo em vista a criação da EIP em Valença e, segundo temos conhecimento, o líder social-
democrata assumiu que não será por causa da Câmara Municipal que Valença não terá EIP”. Este facto, consideram os socialistas “consubstancia uma radical mudança no seu pensamento sobre o assunto”.
Ouvido pela Rádio Vale do Minho, o presidente da Câmara rejeita qualquer viragem de posição. “Há uns que fazem comunicados e há outros que resolvem problemas. Eu estou do lado dos que resolvem problemas”, iniciou Jorge Mendes. “Eu nunca mudei de ideias em relação à EIP. A partir de junho, vamos abrir um concurso para criar uma equipa municipal de Sapadores Florestais e por isso adquirimos duas viaturas”, explicou. “A EIP não resulta da vontade da Câmara! Resulta de uma decisão da Autoridade Nacional da Proteção Civil. O Governo anunciou a criação de equipas profissionais de bombeiros para o país inteiro. Não disse foi tudo! Não disse que passados 15 dias mandaria uma carta aos presidentes de Câmara a tentá-los convencer a financiar essas equipas em 50%”, realçou Jorge Mendes à Rádio Vale do Minho.
Jorge Mendes: “Fomos convidados a financiar 50% dessa equipa sobre a qual não temos nenhuma responsabilidade nem na criação nem na gestão futura.”
O Município de Valença estava assim “convidado” à criação de uma EIP. “Agora são 30 mil euros que ‘sobram’ para a Câmara! Mas daqui a um ano ou dois ninguém nos diz o que vai acontecer. Se tivermos mais 20 homens profissionais em cada quartel de bombeiros, quem vai pagar?”, questiona o edil social-democrata. “Este assunto tem de ser decidido a nível da Administração Central. Tem de haver uma política nacional em relação ao voluntariado! Os Municípios estarão prontos para cooperar e de certeza que estão”. Jorge Mendes defende, por isso, que “na Lei das Finanças Locais estejam verbas específicas no âmbito da Proteção Civil, que darão para as EIP’s e para outras funções nas quais os municípios sejam convidados a intervir”.
Novamente de olhos postos no comunicado enviado pelo PS à imprensa, Jorge Mendes voltou a frisar que a autarquia nunca mudou de opinião. “Queremos é ser, num curto a médio prazo, ressarcidos destes investimentos que fazemos!”, frisou o presidente da Câmara. “Fomos convidados a financiar 50% dessa equipa sobre a qual não temos nenhuma responsabilidade nem na criação nem na gestão futura”, sintetizou.
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