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O Governo português comprou à operadora espanhola Renfe 51 carruagens em segunda mão por 1,65 milhões de euros. De acordo com o La Voz de Galicia, serão aplicadas até ao final do ano na Linha do Minho para fazer a ligação entre Porto e Valença.
No entanto, refere o mesmo jornal, estes vagões já nem sequer estavam em circulação. “Foram retirados pela operadora espanhola não só devido à antiguidade, mas também pelo perigo que representam com amianto presente na sua estrutura”, conta o periódico.
O Governo português assumiu uma “grave carência de material ferroviário”. Pretende resolvê-la com compras de carruagens usadas a outros países com o compromisso de retirar o amianto, melhorá-los e modernizá-los para colocá-los depois na ferrovia que chega até à fronteira com a Galiza. “Os vagões que sobrarem serão utilizados em ligações interurbanas e regionais”, adianta o La Voz de Galicia.
Refere o jornal que o lote comprado à Renfe inclui 36 carruagens datadas do ano 2000, retiradas de circulação no passado dia 1 de março. A compra inclui ainda 15 vagões de serviços, entre eles cafetaria.
“E depois caem motores em andamento e ficam admirados ?!”
“Têm noção da gravidade disto?! E depois caem motores em andamento e ficam admirados ?!”. Foi com esta frase que Liliana Silva, antiga deputada na Assembleia da República e atualmente vereadora na Câmara de Caminha, reagiu nas redes sociais à notícia do La Voz.
A autarca social-democrata recordou, evidentemente, o acidente ocorrido em fevereiro do ano passado quando vários passageiros ficaram apeados em Afife depois de o comboio que fazia a ligação Porto-Valença ter deixado cair um motor em andamento. O incidente — que não fez vítimas — ocorreu com uma automotora alugada pela CP à espanhola Renfe.
“O Governo português comprou, para a linha do Minho, comboios parados em Espanha pela sua antiguidade e perigosidade por terem amianto nas suas estruturas servem para nós? Andamos a gastar o dinheiro onde nao interessa e depois, para a mobilidade das gentes do Minho, vamos aos saldos dos rejeitados em Espanha. Vergonha!!”, classificou.
[Fotografia: La Voz de Galicia]
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