O Secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, acompanhou esta segunda-feira, no pinhal de Chamosinhos, na freguesia de São Pedro da Torre, Valença, a primeira recolha de semente de pinheiro-bravo.
O pinhal ganhou fama por reunir alguns dos melhores pinheiros do país. Contribui assim para solucionar a falta de semente necessária para rearborizar a floresta portuguesa.
A visita celebrou o contributo do pinhal de Chamosinhos para a floresta portuguesa na provisão de semente de pinheiro-bravo numa altura em que existe a falta deste recurso para produzir novas plantas desta espécie autóctone.
[Fotografia: PINUS]
Na sua intervenção, João Paulo Catarino destacou a importância desta parceria de mais de vinte anos entre o Centro PINUS, o ICNF e o INIAV.
“Estarmos hoje a colher os frutos de um projeto de longo-prazo parece simples, mas exigiu uma grande resiliência e empenho”, enalteceu.
O Secretário de Estado com a tutela das florestas reconheceu a dificuldade de manter projetos de I&D de longo-prazo, necessários para o setor florestal quando o financiamento público é
alocado em quadros de financiamento de curto e médio prazo.
[Fotografia: PINUS]
Instalado em 2000, este Pomar reúne os melhores pinheiros de todo o país, incluindo da Mata Nacional de Leiria. É gerido pelo Centro PINUS, uma organização do setor florestal que reúne todos os agentes da Fileira do pinheiro-bravo.
“Este é um momento emblemático para o Centro PINUS e de extrema importância para a nossa floresta. Agora, chegou finalmente o momento de recolher as primeiras pinhas com semente e que permitirá rearborizar áreas essenciais para abastecer serrações e muitas empresas da Fileira que contribuem económica e socialmente para a valorização das comunidades rurais e do nosso país”, salientou João Gonçalves, presidente do Centro PINUS.
O Centro PINUS estima que exista, atualmente, um défice anual de semente de 66,4% para cobrir as necessidades de plantação.
A colheita de semente de pinheiro-bravo faz-se, numa altura específica do ano, e apanha-se diretamente na copa das árvores por Escaladores do Centro Nacional de Sementes Florestais do ICNF.
Durante a visita, a equipa de escaladores do Centro Nacional de Sementes Florestais (CENASEF) trabalhou, lado a lado, com uma plataforma elevatória elétrica, contratada pelo Centro PINUS, para demonstrar o potencial deste tipo de equipamentos como solução para a falta de mão-de-obra que também se faz sentir na colheita de semente.
[Fotografia: PINUS]
Em duas semanas de trabalho, os escaladores obtiveram duas toneladas de pinha no Pomar de Chamosinhos.
Este pinhal produtor de semente, com cerca de 3 hectares, é também um fruto da ciência e o culminar do investimento na investigação realizada pelas instituições públicas, como o INIAV que, nas últimas décadas, têm feito um trabalho notável na conservação do património genético do pinhal português.
Este é o segundo pinhal reconhecido oficialmente para produção de semente de elevada qualidade, com a designação legal de “qualificada”, resultando num ganho genético de 21% em diâmetro e 12% em altura de madeira de pinho.
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