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Valença: Quando as locomotivas deram o ‘abraço’ dos 100 anos no cimo da ponte [c/VÍDEO]

23 Março, 2019 - 10:59

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Corria o mês de março de 1986. Tempos em que os Fiat 127 eram um êxito no mercado. Do lado de lá do rio Minho eram os Seat 127, dado […]

Corria o mês de março de 1986. Tempos em que os Fiat 127 eram um êxito no mercado. Do lado de lá do rio Minho eram os Seat 127, dado que esta empresa também produziu o carro. Era o automóvel mais vendido na Europa. No futebol, a seleção portuguesa estava prestes a carimbar o passaporte para o Mundial do México. Correu como correu… mas isso agora não interessa nada. O país ainda estava louco com as eleições presidenciais de há um mês que tinham levado Mário Soares e Freitas do Amaral à segunda volta. Ganhou Soares, que tomara posse há dias… a 9 de março desse ano, mais precisamente.

Portugal era membro da então chamada Comunidade Económica Europeia (CEE) desde 1 de janeiro. A bandeira azul com as estrelas amarelas passou a fazer parte da vida dos portugueses e também dos espanhóis. Em Valença o ambiente era de alegria… de esperança num futuro melhor e de união com o povo do lado de lá do rio Minho depois de décadas de ditadura e de medo. O ambiente era de festa. Aquela ponte a que todos estavam já tão habituados fazia 100 anos… um século e tantas histórias para contar.

A fronteira ainda existia. A liberdade avançava. Mas devagar. Os que queriam passar para o outro lado ainda tinham de mostrar o Bilhete de Identidade.

Até que finalmente chegou esse dia 25. Uma enorme festa entre os dois municípios vizinhos. Entre abraços e cerimónias formais, ninguém quis perder o descerrar das placas de ambos os lados que assinalavam o centenário daquela ponte desenhada e construída pelo arquitecto espanhol Pelayo Mancebo, tendo os custos de construção sido divididos entre os governos Português e Espanhol.

Um dos momentos altos foi o abraço entre dois comboios também centenários dado no tabuleiro superior da ponte como que simbolizando o sonho de um dia existir ali algo diferente… talvez uma Eurocidade, porque não? Volvidas mais de três décadas, essa união foi conseguida. Valença e Tui estão de mãos dadas numa união mais forte que nunca. Duas irmãs que partilham praticamente tudo. Fazem atividades conjuntas. Olham para o futuro em simultâneo. Espera-se pelo comboio Alfa com as obras de eletrificação da linha do Minho.

Na atualidade, a ponte mantém praticamente o traçado original. É composta por uma superestrutura em viga metálica, de treliça de rótula múltipla, com cinco tramos contínuos. Com 318 metros de comprimento, cruza o rio Minho, tendo dois tabuleiros, um superior para a via férrea, e um inferior para uso rodoviário. É propriedade conjunta das empresas Rede Ferroviária Nacional, Infraestruturas de Portugal e Dirección General de Carreteras.

 

Veja o vídeo da grande festa do centenário da Ponte Internacional Valença/Tui em 1986

 

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