PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Alto Minho

Utentes e autarcas esperam que comboio do século XXI chegue finalmente à Linha do Minho

7 Maio, 2012 - 15:46

242

0

Os dirigentes do Eixo Atlântico apelaram hoje à aprovação, na próxima Cimeira Ibérica, da modernização da linha do Minho, permitindo reduzir para uma hora e quinze minutos a viagem entre Vigo e Porto.

Os dirigentes do Eixo Atlântico apelaram hoje à aprovação, na próxima Cimeira Ibérica, da modernização da linha do Minho, permitindo reduzir para uma hora e quinze minutos a viagem entre Vigo e Porto.

Em conferência de imprensa, realizada no interior da estação ferroviária de Viana do Castelo, o presidente do Eixo Atlântico, José Maria Costa, e o secretário-geral, Xoán Mao, confirmaram que o tema será abordado durante a cimeira ibérica que se realiza esta semana, no Porto.

“Pelos contactos que tivemos com os dois governos, o tema será abordado. Mas o que precisamos é de conclusões, para que a obra de modernização possa arrancar em 2014”, apontou Xoán Mao.

O serviço entre Porto e Vigo é assegurado duas vezes por dia, por comboios e maquinistas da CP, assim como outras duas ligações de regresso.

No entanto, para um percurso de 175 quilómetros são necessárias mais de duas horas, já que a velocidade máxima que a linha permite atingir ronda os 100 quilómetros por hora.

A situação é sobretudo afetada pelos 100 quilómetros de linha entre Nine, Viana do Castelo e Valença, ainda por modernizar.

Os autarcas do Eixo Atlântico admitem a necessidade de um investimento entre 160 a 180 milhões de euros para eletrificar e sinalizar aquele traçado.

Passaria ainda pela aquisição de novo material circulante e assim reduzir para 75 minutos o tempo de viagem entre as duas maiores cidades do Eixo Atlântico, Porto e Vigo, servindo cerca de dois milhões de habitantes.

“O Norte de Portugal e a Galiza merecem ter um comboio do século 21. E isso é possível com um investimento muito reduzido, face ao que era o TGV, e por isso temos uma grande expectativa para esta Cimeira Ibérica”, afirmou José Maria Costa, presidente do Eixo Atlântico e autarca de Viana do Castelo.

Também os utentes esperam o anúncio de investimentos na recuperação daquela linha, classificando como “chocante” as diferenças entre a ligação ferroviária de Porto a Braga, eletrificada, com duas vias e comboios modernos, e a restante, para norte.

“É uma brutal desigualdade. Ao lado, temos a linha entre Nine e Valença, não eletrificada, com uma única via e comboios de meados do século 20 em muito mau estado”, apontou o presidente da Associação de Utentes Comboios do Século XXI, que se associou à posição do Eixo Atlântico.

“Esta linha, tal como está, é uma fronteira entre o norte de Portugal e a Galiza que contraria o espírito europeu. É uma barreira grave, uma discriminação negativa inaceitável, relativamente à população local”, acrescentou António Cândido de Oliveira.

Presente na mesma conferência de imprensa, assumiu ainda: “Melhorar a linha do Minho é, neste momento, uma questão de Justiça”.

Autarcas e utentes garantem tratar-se de um investimento “técnica e financeiramente fiável” e que poderá ser comparticipado em 85 por cento por fundos comunitários, “reorientados” do quadro ainda disponível ou a afetar para o próximo.

Há 17 anos no Eixo Atlântico, Xoán Mao diz que “nunca houve uma obra com tanto consenso” em Portugal, “da esquerda à direita, do Norte ao Sul”.

“Quando entrei nesta estação [de Viana do Castelo] tive a sensação que estava no início do século 20. Na quinta-feira [depois da cimeira ibérica], espero que se chegue ao século 21”, rematou.

Últimas