Tribunal arquiva processo de impasse da junta. Junta ñão paga desde Dezembro a oito funcionários. Oposição quer demissão em bloco

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga arquivou o processo do impasse que se vive na junta de freguesia de Merufe, a freguesia que há dez meses não consegue estabelecer entendimento entre as forças políticas daquela localidade, tendo em vista à constituição do Executivo.
Para Márcio Alves, presidente eleito ("Movimento Independente por Merufe") a decisão do instância judicial é, por um lado, prejudicial à junta de freguesia, mas por outro lado, veio reafirmar que a acção do actual presidente têm sido legal. Márcio Alves diz que daqui para a frente, a solução será a realização de novas eleições, com a demissão por parte da Oposição.
Processos parados e funcionários sem receber são algumas das consequências deste impasse político em Merufe. Desde o passado mês de Dezembro que os oito funcionários da Junta de Freguesia não recebem o salário, situação que foi encaminhada para a instância judicial e da qual se aguarda uma decisão. Recorde-se que o último salário entregue foi o de Dezembro, tendo, para tal contribuído, o "desbloqueamento" da situação por parte do eleito da Oposição, que assinou os papéis para que fossem pagos os vencimentos.
Insatisfeito com a decisão mostrou-se Helder Dias, rosto da "Juventude Independente por Merufe", uma das listas opositoras. Helder Dias diz que esta decisão veio apenas dar continuidade ao impasse e alega que não foi feita investigação sobre o caso.
Como solução, o representante político independente deixa o repto para que todas as listas se demitam, incluindo a vencedora nas últimas eleições e que seja nomeada, até novo acto eleitoral, uma comissão administrativa para se dar sequência aos trabalhos da junta, suspensos devido ao impasse.
Há largos meses que o problema se arrasta sem que se vislumbre uma solução. Quase dez meses após o acto eleitoral de Outubro passado, Merufe, a maior freguesia do concelho de Monção, permanece sem Junta de Freguesia, em virtude da manifesta falta de entendimento com vista à constituição do Executivo local.
Sem saber como tudo se irá processar, Márcio Alves não põe de parte a possibilidade de a actual situação permaneçer durante os quatro anos do mandato.