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Viana do Castelo

Trabalhadores dos ENVC exigem a ministro da Defesa que diga "já" se pretende fechar a empresa

3 Janeiro, 2012 - 13:49

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Os órgãos representativos dos trabalhadores (ORT) dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo exigiram hoje ao ministro da Defesa que esclareça imediatamente se pretende encerrar a empresa, face à falta de liquidez com que está a ser confrontada.

Os órgãos representativos dos trabalhadores (ORT) dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo exigiram hoje ao ministro da Defesa que esclareça imediatamente se pretende encerrar a empresa, face à falta de liquidez com que está a ser confrontada.

"Está nas mãos do ministro da Defesa, que tem sido exímio nestes últimos seis meses a fazer adiamentos consecutivos mas, de concreto, ainda não fez nada. É momento de tomar uma decisão de uma vez por todas. Ou sim ou não", apontou António Barbosa, da comissão de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).

"Se o Governo quiser fechar os ENVC que o anuncie e já", afirmou ainda, após uma reunião dos ORT, realizada hoje na empresa e convocada expressamente para tomar uma posição sobre a falta de liquidez e indefinição futura dos estaleiros.

Além dos salários de dezembro por pagar aos 650 trabalhadores, a empresa enfrenta outras dificuldades devido à falta de liquidez, o que está a impedir a realização de algumas "compras básicas", mas também o fornecimento de material necessário às construções em curso.

"Cada dia que passa está a aumentar o grau de dificuldade, mas nós acreditamos que a empresa é muito viável", disse ainda aos jornalistas António Barbosa.

Nesta reunião dos ORT foi aprovada a deslocação a Lisboa, na quarta-feira, da comissão de trabalhadores, para, entre outros intervenientes, tentar reunir com o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco.

Neste encontro, não confirmado pelo ministério, pretendem perceber as intenções do governo para a empresa, depois de sucessivos adiamentos na definição de um plano de reestruturação.

Nos últimos meses, após a suspensão do plano de reestruturação aprovado ainda no governo socialista, têm sido apontadas várias hipóteses de parceria e venda do capital dos ENVC a privados, para garantir a viabilidade económica.

Contudo, nenhuma das soluções mereceu o aval do ministério da Defesa, decorrendo ainda negociações.

"Podem continuar a negociar o que estão a negociar, mas a empresa não pode ficar paralisada", aponta o porta-voz dos trabalhadores, falando numa situação interna "explosiva" para a qual "este governo arrastou [a empresa] nos últimos seis meses".

"Vamos responsabilizar o governo pelas consequências futuras nos ENVC e na região de Viana do Castelo", garante ainda o porta-voz das ORT, descrevendo o estado de espírito dos 650 trabalhadores como de "ansiedade", "tristeza" e "receio", além de "indignação contida".

"Mas aguardam que, a todo o momento, quem tem de decidir, decida e decida bem. Para os estaleiros, para a região de Viana do Castelo, para o país e para a indústria naval nacional", concluiu António Barbosa.

Fonte do ministério da Defesa, contactada pela Lusa, não quis prestar declarações sobre o assunto, por enquanto.

Entretanto também já foi marcada para sexta-feira, às 15:00, uma reunião geral de trabalhadores, na empresa, para discutir eventuais formas de luta, caso não seja clarificado o futuro do maior construtor naval português.

FONTE: LUSA

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