Trabalhadores agendam concentração em Lisboa no dia da decisão sobre viabilização da empresa. Alguns contratos já não estão a ser renovados

Os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo aprovaram, esta quarta-feira, a realização de uma concentração à porta da Empordef, durante a assembleia-geral que vai definir o futuro da empresa, a 2 de Setembro. Em causa está o plano de reestruturação dos estaleiros vianenses, prevendo a saída de 380 dos 720 trabalhadores, anunciado pela actual administração, mas entretanto suspenso, em termos de aplicação, pelo novo Governo. Em entrevista à Rádio Vale do Minho, o presidente da Comissão de Trabalhadores, António Barbosa, garantiu que, apartir de hoje, começarão a ser feitas as inscrições para quem quiser participar nesta acção. Trabalhadores, antigos funcionários, familiares e amigos, todos estão convidados.
Garantir a "união" e a "coesão" entre os trabalhadores, bem como saber em "primeira-mão" a decisão do Executivo são os principais objectivos desta ida a Lisboa. António Barbosa assegura que "não vão desistir" e que os "braços vão estar bem erguidos". Apesar de tudo, o responsável sublinha que, por estes dias, há já alguns contratos que não estão a ser renovados, o que tem revelado a situação "dramática" vivida por algumas famílias.
Para 2 de setembro e, para permitir a viagem dos 720 trabalhadores, será apresentado, dentro de dias, um pré-aviso de greve à administração da empresa, para aquela data. Esta foi a principal decisão de um plenário que decorreu, em Viana do Castelo, esta quarta-feira. O encontro serviu, também, para fazer o balanço das recentes audiências, entre os representantes dos trabalhadores com o ministério da Defesa e com seis agrupamentos parlamentares. Segundo o responsável, o "empenho de todos os grupos foi notório" e "superou as expectativas". Nestes encontros ficou ainda a garantia de que a reestruturação não será feita "contra os trabalhadores", mas "com os trabalhadores".
O futuro dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo deverá ser decidido a 2 de Setembro, em assembleia-geral da Empordef