Terceira fase da reabilitação da fortaleza apresenta achados da época medieval

A terceira fase da reabilitação da fortaleza de Valença deverá ficar concluída este mês, com a abertura ao público de um núcleo arqueológico desenhado por Souto Moura que coloca à vista vestígios da época medieval, entretanto descobertos.

Segundo explicou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Valença, Jorge Mendes, estes vestígios já estavam sinalizados há alguns anos, mas a sua existência só foi totalmente confirmada em 2011, precisamente durante as obras desta terceira fase de intervenção na fortaleza.

“São achados da época medieval, do século XII. No fundo, é o que resta da muralha do antigo castelo de Valença e que agora passará a estar disponível, para visitas, neste núcleo arqueológico”, explicou.

As três fases de intervenção na fortaleza de Valença, projetadas pelo arquiteto Eduardo Souto Moura, custaram nos últimos dez anos cerca de sete milhões de euros, mas no local da descoberta destes achados, conhecido como “Portas Afonsinas”, a obra foi suspensa há um ano e a sua execução corrigida.

“Como o projeto [intervenção na fortaleza] já era do arquiteto Souto Moura, fazia todo o sentido que fosse ele a desenhar este núcleo arqueológico e a fazer a correção da obra no local. Os trabalhos já arrancaram e esperamos que estejam concluídos até final do mês, passando a ser mais um importante ponto de visita na nossa fortaleza”, sublinhou.

Esta terceira fase das obras custou 2,2 milhões de euros e, à semelhança das anteriores, envolveu infraestruturação e intervenção de reabilitação urbana.

Os trabalhos só terminarão em 2014, com a quarta fase da obra, avaliada em 2,5 milhões de euros e a desenvolver na zona nascente da fortaleza, prevendo a reabilitação do património construído e a criação de galerias técnicas para vários serviços.

“É tudo muito bonito, é um monumento nacional, mas no fim de contas quem paga [a reabilitação] é a Câmara e, claro, os fundos comunitários”, ironizou Jorge Mendes.

A Fortaleza de Valença, classificada como Monumento Nacional, assume particular importância pela dimensão e história, tendo sido, ao longo dos seus cerca de 700 anos, a terceira mais importante de Portugal.

Em 2011, a autarquia avançou com uma proposta para classificação da fortaleza, pela UNESCO, como Património de Interesse Cultural para a Humanidade.