Súmula da jornada de 28 de Fevereiro/1 de Março

Com a XXXVIII edição do rali à lampreia, na Praça Deuladeu, em pleno centro histórico da vila monçanense, em paralelo com um cartaz empolgante nas Neves e um clássico no Dragão, assim tivemos a gastronomia e o desporto de mãos dadas, embora cada qual nos seus “habitats”, a preencher um fim-de-semana de alto gabarito, acolitado ainda por muitos outros motivos de interesse. Vamos por partes.
Jornada emocionante na principal divisão vianense, quer no tocante aos lugares da dianteira, quer no referente aos postos de despromoção, com uns e outros candidatos mais próximos e uns e outros lugares menos decididos, a prometer umas jornadas vindouras de muito arreganho e expectativas.
O Neves, ao intervalo, porque ganhava por um a zero, tinha o título à sua mercê e o Ponte da Barca estava afastado da luta; a cambalhota dada pelos barquenses, na etapa complementar, com os dois golos apontados, alterou substancialmente o estado e a dupla do alto Lima, Barca/Arcos recuperaram o ânimo e as esperanças, contanto que se não anulem na próxima jornada. O mérito dos barquenses, ao ganhar o jogo da jornada, nas Neves, foi evidente e pelo menos teve o condão de não deixar acabar já o campeonato, no que foi secundado pelo vizinho Atlético de Arcos que triunfou sobre o Perre, com dois golos em cada parte, atirando com a equipa vianense para a lanterna vermelha em permuta com o Campos, grande vencedor do campeonato da despromoção com vitória forasteira, em Melgaço, por dois a zero, concretizada na etapa complementar.
O Valenciano remontou o encontro em Piães, alterando de dois a um em desfavor para dois a quatro de vantagem e voltou a galgar expectativas para o título ao reduzir para sete a diferença pontual, numa partida de alto gabarito dos raianos a encherem de motivação e confiança para a novena final, alternando inclusive com a Correlhã, cuja derrota caseira com Vila Fria provocou sensação aos locais e alívio aos visitantes.
Para a liga da despromoção, mormente no trio do fundo, entrou o Melgacense, ao ser derrotado no seu reduto pelo Campos, que por sua vez deixou a lanterna vermelha, “escapando” o Vila Fria, vencedor em Correlhã, bem como o Moreira de Lima após vitória esclarecedora sobre o Desportivo de Monção, nuns três a um, com dois golos em espaço de segundos, a abrir a segunda metade, com saliência para Poças a sentir-bem no “charco” de S. Sebastião.
Nos dois encontros de aparente tranquilidade, sem grandes sobressaltos, o Courense voltou a subir mais um degrau, em permuta com o Monção, após triunfar caseiramente sobre o Castelense, por dois a zero, enquanto o Lanheses foi surpreendido no seu estádio pelo Paçô, que ali esteve duas vezes em vantagem, com esta segunda a tornar-se definitiva, numa jornada empolgante para a qual contribuíram vinte e nove golos.
Na divisão secundária conseguiu-se ainda mais um, perfazendo as três dezenas completas, sendo que só o Vianense B contribuiu com oito à sua conta, enfiados às Águias do Souto, que assim mantém a lanterna vermelha, enquanto o conjunto da capital alcançou o quinto posto, em permuta com o Moreira que atingiu a descompressão total com nova e frustrante derrota na Arcela, frente ao Fachense, voltando a sofrer “chapa cinco” e portando-se como um dos piores conjuntos da segunda volta.
Do tetra da frente, todos com jogos em seus domínios, só não cumpriu na totalidade o Vila Franca que apesar de ter ofertado uma “rosa” ao Távora acabou por sofrer um “espinho”, ficando empatados, permitindo a aproximação do Raianos para a diferença mínima, após consumar triunfo por três a um, apesar de tudo muito difícil e sofrido, perante o Castanheira, mantendo as distâncias entre si o líder Chafé, que venceu o Lanhelas por dois a zero, e o agora único vice-líder, Arcozelo que arrancou vitória concludente no dérbi com o Gandra por quatro bolas a uma.
Nas duas partidas mais tranquilas e de meados da tabela, o Ancorense foi a Darque e averbou vitória por um a zero, terminando em igualdade a um o duelo entre Bertiandos e Caminha.
A jornada do campeonato nacional de seniores trouxe um balão de oxigénio para o Vianense, vencedor do dérbi no Cruzeiro, graças a uma remontada na etapa complementar da partida com o Limianos, cujo conjunto continua a “borbulhar” sobre a linha de água, pois os quatro primeiros triunfaram e os quatro últimos mantêm, por via disso, os postos que possuíam à entrada para a ronda, significando que a diferença entre extremos voltou ao marco inicial: dez pontos, com trinta e três por disputar.
E se o Limianos foi derrotado, em casa, pelo Vianense, por dois a um, também a lanterna vermelha, Vieira, teve idêntico destino, embora tenha sofrido mais um golo do Vilaverdense, traduzindo o resultado final de três a um, precisamente a mesma marca da derrota do Cerveira no nordeste transmontano frente à turma do Bragança, continuando a equipa da vila das artes em lugar de trabalhos extra, mantendo-se a turma de Santa Maria no posto de despromoção, após mais uma derrota em Pedras Salgadas, num único golo dos transmontanos, bastante para os manter aos comandos desta série.
Nas promoções, Famalicão e Varzim já conseguem marcar alguma distância à concorrência após as suas vitórias na ronda, com os famalicenses a deixarem o Mirandela no último posto, sem pontos, e o Varzim ter marcado um golo de três pontos em Vildemoinhos. Salgueiros e Fafe ficaram-se em branco no marcador e o Sousense foi até terras de Cesar marcar também um golo e trazer três pontos.
No futebol profissional, a II Liga continua competitiva, em semana de dupla jornada, com o Chaves a manter-se na dianteira após o triunfo sobre o Feirense, perseguindo-o a dois pontos a dupla Freamunde e Tondela, agora emparceirados, em face do triunfo do Tondela sobre o Marítimo e do nulo que o Sporting foi impor aos “capões”.
Na principal, o Sporting “despediu-se”, no Dragão, da luta pelo título, restando-lhe agora a Taça de Portugal, num encontro de “vingança” fria, com juros, por parte de Tello e C. a, que com os seus três golos mantém, por mais uns dias, a expectativa na prova, uma vez que o Porto voltou aos quatro de distância para o Benfica, o qual, por sua vez, havia disparado meia dúzia de “tiros” nos canarinhos do Estoril, deixando-os atordoados. Com o Braga a “matar” um borrego, em Vila do Conde, no triunfo sobre o Rio Ave, trouxe outra emoção ao último lugar do pódio, do qual dista um ponto e “apaixonou” o encontro de Sexta-feira, na sua recepção ao Porto.
Lá pelo campeonato dos fundos, o escaldante Académica/Arouca terminou em empate e assim ambos continuam mergulhados num mar de problemas nas contas, bem mais complicadas para o Penafiel que saiu derrotado do confronto com o Moreirense, no seu terreno, mantendo a lanterna vermelha, e também para o Gil Vicente que ainda atenuou “in extremis” com igualdade caseira frente ao Boavista, não lhe possibilitando, todavia, sair de lugar de despromoção. Maus lençóis ainda para o Setúbal, derrotado na Madeira, em encontro a dois tempos, diante do Nacional que, apesar dos pontos estará longe da Europa, a não ser via Taça, com início marcado lá para Quinta-feira.
Nas pinceladas finais, comecemos pela desinspiração do Valença H C que deve ter assinado a “despedida” de subida após nova derrota, em Marco de Canaveses, enquanto o campeonato principal cada vez mais se coaduna numa luta a dois, com desfecho marcado para a Luz, após triunfo do Benfica em Oliveira de Azeméis, merecendo ainda destaque o triunfo esclarecedor de O C Barcelos sobre o Sporting.
Consumado, como previsível, o título de campeão distrital de Futsal, em Seniores Femininos, pelo Soutelense, com direitos de exclusividade a provas nacionais, enquanto Moreira e Deucriste adquiriram direitos de disputa da final dum dito Torneio Extraordinário. Se for tão extraordinário como o foi o fim-de-semana, valerá a pena a sua conquista.