Súmula da jornada de 19/20 de Dezembro

Em tempo de Natal, é evidente que houve algumas “prendas” e contrariamente a outros saiu-lhes a “fava”. A afirmação não tem que ver directamente com o Sporting e a desconsideração a Jesus em plena época natalícia, mas que se lhe poderá aplicar, ninguém duvidará. Mas será que saiu a “fava” ao Leão ou o Dragão teve uma “prenda” com que não contava? Uma e outra talvez sejam adequadas, mas a tradição, essa alterou-se, pois o Sporting baqueou mas o Porto não o imitou e aproveitou a derrapagem leonina para rumar a um posto de que tem andado arredado há muito tempo. E de repente, quando nada o faria prever, assistimos a grande mudança no panorama desportivo nacional. Mas também local, embora em menor escala, como veremos.
Na principal competição distrital, o campeão de inverno, Ponte da Barca, recebeu “travão”, levou-o a tropeçar mas não caiu de todo, em Vitorino de Piães. Um empate em um golo, com os barquenses a recuperar na etapa complementar a desvantagem da primeira, mantiveram a liderança, que poderá reforçar na próxima semana, mas trouxeram algum entusiasmo à prova, já que Cerveira e Monção se aproximaram um pouco mercê de igual triunfo por três a zero, em situações também idênticas, embora perante adversários distintos, pois enquanto os cerveirenses ultrapassaram os “espinhos” das rosas em Vila Franca e o adversário ficou ainda cómodo, os monçanenses fizeram-no em Paçô e os locais continuam em zona tenebrosa da tabela.
Tirando o trio da dianteira, foi o Arcos que teve melhor colheita com o triunfo em Lanheses, em dois a um, que lhe permite continuar o sonho da escalada, deixando o anfitrião em luta no mini campeonato do trio do fundo, já que também a lanterna vermelha, Moreira do Lima, foi derrotada, de forma copiosa, em Chafé, por quatro a um.
Restam três encontros e três empates, sendo dois deles com um golo, embora o registado no Correlhã/Castelense seja o mais difícil de entender, pela performance dos cornelianos, contrariamente ao outro averbado em Campos diante do Vila Fria, com os locais a marcar nos primeiros segundos, surpreendendo, neste encontro, isso sim, a quantidade exagerada de vermelhos mostrados por Luís Barbosa, quem sabe se com o pensamento no “Pai Natal”. O terceiro teve quatro golos e registou-se no Courense/Valenciano, com os forasteiros duas vezes em vantagem mas incapazes de suster essa marca, permitindo aos locais o empate nos instantes finais da partida, numa jornada em que os artilheiros que jogaram fora estiveram mais afinados.
Na divisão secundária, o Arcozelo ganha e segue, impávido e tranquilo, rumo ao ceptro, deixando para trás mais um pretendente. Depois do Ancorense foi a vez do Âncora Praia sofrer as agruras dum ambicionado pela subida, averbando três tentos sem reacção, tendo como efeito prático a manutenção dos dez pontos de vantagem sobre o Távora, que venceu, embora tangencialmente, por um a dois, em Darque, mantendo-se o Ancorense no último lugar do pódio após triunfo sobre Longos Vales, por quatro a um, com os sanjoaninos a quebrar, uma vez mais, na recta final da partida quando, até então, haviam dado réplica convincente. Do mesmo mal, continua a padecer o Moreira, que até entrou em vantagem no municipal de Caminha, diante do Lanhelas, mas acabou vergado a uma mão cheia, o que lhe aconteceu pela segunda vez.
E para completar a série desastrosa dos conjuntos monçanenses, apareceu também uma “fava” ao Raianos, chamada Fachense, que voltou, uma vez mais, a ser autêntico “travão”, colocando-se em pedestal, infligindo o segundo desaire consecutivo aos monçanenses, com a agravante deste ter sido o primeiro percalço caseiro de Renato Pombo. Contrariamente, o Melgacense voltou ao quarto posto e a relançar a esperança, tendo triunfado em Perre, por dois a zero, com golos na segunda metade.
Três encontros e três triunfos caseiros, embora por três expressões numéricas diferentes, são os desfechos dos restantes encontros da ronda. O Anais bateu os “colegas” do Cardielense por três a um, embora ao intervalo estivesse em desvantagem (obviamente por um a zero), enquanto o Bertiandos o conseguiu diante do Vianense B, mas por dois a um, e finalmente o Gandra superou o Castanheira por quatro a dois, em ronda de trinta e cinco, com os anfitriões praticamente a duplicarem os visitantes.
Por Portugal Prio e a nível regional, apenas um ponto conseguido pelo Vianense, na terra quente de Mirandela, ao marcar na segunda metade para igualar o tento dos locais, pois o Limianos saiu desfalcado da Madeira, diante do Marítimo, com derrota por três a um e provável despedida dos lugares dourados. Bem pior é a situação do Neves que, definitivamente, não se ergue do fosso, voltando a sofrer três golos, em casa, diante das Pedras que tornaram bem salgada a tarefa dos vianenses. O par da liderança mantém essa posição e parceria, já que repetiram o mesmo desfecho, num empate em um golo, com a diferença do ponto transmontano Bragança ter sido alcançado na Camacha, enquanto o do Vilaverdense resultou dum tropeção caseiro diante dos “mineiros” de Argozelo. Com quatro rondas pela frente, a luta será incessante e tudo se mantém em aberto. Até ao novo ano.
Demos então o salto ao futebol profissional e ao “ambiente” escaldante da II Liga. Feirense e Chaves conservam os dois “bilhetes premiados”, mas com pouca segurança, até porque o Feirense sofreu derrota em Barcelos, diante do Gil, pelo que o “galo” já sente a crista erguida, e o Chaves consentiu empate caseiro, saindo-lhe a “fava” de grande penalidade aos noventa e tal minutos, possibilitando o segundo golo do Portimonense, animando – e de que maneira – a prova, tanto que o Freamunde voltou à luta depois do triunfo em Penafiel, por dois a um. Na luta pelo título, o Porto voltou a ganhar nitidamente o campeonato dos “B”, triunfando diante do Benfica, em casa deste, por zero a três, enquanto o Sporting teve mais um trambolhão em Guimarães.
Quanto a NOS, a nota saliente só poderá residir no outro tropeção do Sporting, em saída duma semana “horribilis”, pois à eliminação da Taça seguiu-se a primeira derrota no campeonato e a perda do primeiro lugar. Ao contrário do que pensávamos, afinal a U. Madeira, em curto espaço de dez dias, recebeu o trio dos grandes e obteve três resultados distintos, acabando o Sporting por pagar a “fava”, ou seja, aquelo golo que abateu o Leão e guindou o Dragão ao topo, pois desta vez e já precavido não se deixou imitar e “chumbou” os estudantes de Coimbra com três “reprovações”. Leões e Dragões inverteram as posições antes do próximo embate entre ambos e a dita “pressão” está agora repartida, para um início de ano que promete… continuar quente como até aqui.
Indiferente, por ora, a essa luta, o Benfica, com maiores dificuldades que as esperadas e já quase no perder de esperanças, lá venceu o Rio Ave e mantém o “bronze”, agora mais perto das outras cores.
A luta pela Europa assumirá hoje contornos especiais no Braga/Paços de Ferreira, pois ambos anseiam por um lugar nessa carruagem, também ao alcance de Setúbal que afundou a lanterna vermelha Tondela ou até já deixou de ser miragem para o Guimarães que foi buscar três pontos ao Estoril e mesmo o Arouca mantém essa pretensão após golear o Marítimo.
Lá pelos fundos e com o Tondela “consagrado” na lanterna, também a Académica mantém posto de despromoção, em função das derrotas desta ronda, pelo que assume contornos interessantes o embate de hoje entre Belenenses e Boavista, sendo que o Moreirense, com a vitória sobre o Nacional, por dois a zero, e o União da Madeira, com esse magnífico triunfo diante do Sporting, ganharam algum fôlego e, obviamente, distância.
Pelas modalidades e formação, em quantidade diminuta, realçamos, desde logo, o Hóquei em Patins, com esse minuto inolvidável do “clássico” Benfica/Porto. É caso para dizer que nesta modalidade, um minuto é suficiente para transformar uma vitória em derrota por dois golos, como aconteceu ao Dragão que “patinou” com três golos no derradeiro minuto e passou de 3-4 para 6-4! Maravilha, para a modalidade e para os adeptos encarnados, mas certamente um “golpe” no campeonato, alicerçado na derrota caseira da Oliveirense diante do Valongo, e logo por inesperados um a cinco.
Nesta modalidade, o Valença HC teve a sua “prendinha” de Natal, com o salto ao primeiro lugar da tabela, depois do triunfo em Oliveira de Azeméis, por dois a quatro e com a ajuda da Póvoa pela derrota ao Espinho, por quatro a três e também auxílio do Marco na imposição de empate, em três golos, ao Riba D’Ave.
No futsal, as meninas de Castanheira seguem totalistas em triunfos, desta feita com uma dúzia em Moreira, apesar de Soutelense e Limianos não desarmarem e também averbarem triunfos enquanto no nacional, o Sporting, nesta modalidade, conseguiu triunfo em Braga, por dois a um, mas o Benfica segue invicto com o magro triunfo por um golo de diferença em Porto Salvo.
Sem futebol de sete, ficou em branco a manhã de Sábado, e sem campeonatos distritais de formação, restaram-nos alguns encontros de Taça, concretamente em Iniciados, com a surpresa do Ancora Praia, afastado em casa, pela Perspectiva, que segue às meias para receber a Correlhã, sendo o outro lugar na final disputado entre Ponte da Barca e Limianos. Já em Juniores, também o líder Barroselas foi afastado, em casa, pelo Vianense, na lotaria das penalidades, marcando encontro para as meias entre Paçô, Cerveira e Ponte da Barca.
Pronto. Embora com alguns rostos de tristeza, apenas desportiva, demos agora lugar à festa, à grande festa da família. Por isso, é em tons de alegria e festa que nos despedimos hoje, na véspera da grande Festa. Que seja bem evidente em todos a alegria do Natal. Santo e Feliz!