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Viana do Castelo

Substituição de navios com 40 anos de serviço é “necessidade” de “curto prazo”

14 Setembro, 2012 - 14:08

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A Marinha defendeu hoje que a substituição das corvetas e patrulhas com 40 anos é uma “necessidade” de “curto prazo” que, a não concretizar-se, poderá colocar em causa missões de segurança, socorro, vigilância e fiscalização.

A Marinha defendeu hoje que a substituição das corvetas e patrulhas com 40 anos é uma “necessidade” de “curto prazo” que, a não concretizar-se, poderá colocar em causa missões de segurança, socorro, vigilância e fiscalização.

Fonte oficial da Marinha contactada pela agência Lusa apontou a “necessidade de substituição” das corvetas (seis) e patrulhas (três) “a curto prazo é uma realidade” e que, caso contrário, a situação “poderá gerar grandes dificuldades no que concerne ao cumprimento das missões da Marinha nas áreas da segurança marítima, de salvaguarda da vida humana no mar e de vigilância e fiscalização”.

Recorde-se que o Conselho de Ministros revogou quinta-feira a resolução que encomendava a construção de seis navios patrulha oceânica (NPO) e cinco lanchas de fiscalização costeira (LFC) aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), negócio de cerca de 400 milhões de euros.

Fonte governamental explicou à agência Lusa que esta revogação “pretende salvaguardar o interesse do Estado” no processo de reprivatização dos ENVC, tendo em conta tratar-se de um compromisso que implicaria pagamentos na ordem dos 57 milhões de euros em 2013 e 38 milhões de euros no ano seguinte.

A encomenda destes navios aos ENVC foi decidida em 2004, quando Paulo Portas, atual ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, liderava o Ministério da Defesa Nacional, no âmbito do programa de reequipamento da Marinha para substituição de corvetas e patrulhas com 40 anos de serviço.

O dispositivo de patrulha está a operar atualmente com apenas quatro corvetas, que somam 40 anos de serviço, entre os nove meios navais que deveriam assegurar essas tarefas.

Em termos de patrulhas, vocacionados para as zonas costeiras, a Marinha deverá voltar a contar nos próximos dias com o NRP Cacine, cuja reparação, iniciada a 31 de agosto, deverá ficar concluída esta sexta-feira.

Quanto aos restantes, NRP Zaire e NRP Cuanza (em missão na Madeira), estão inoperacionais e a Marinha desconhece qualquer prazo para a sua, eventual, recuperação.

Na frota de corvetas, das seis que integram o dispositivo duas estão em reparação, casos do NRP Baptista de Andrade e do NRP João Roby, com conclusão dos trabalhos prevista, respetivamente, para 28 de setembro e 14 de dezembro.

A estes meios acresce ainda o NRP Viana do Castelo, o primeiro NPO construído nos ENVC, entregue em abril de 2011 à Marinha e que já soma mais de 1.500 horas de serviço, mas que se encontra em reparação intermédia de garantia.

Além deste meio, há mais de um ano que a construção do segundo navio, o NRP Figueira da Foz, está parada por falta de dotação financeira, mas o Ministério da Defesa já garantiu que estão agora reunidas condições para a sua conclusão nos ENVC.

A Marinha admite que “a idade avançada” dos meios atuais, ao que “acrescem os constrangimentos de natureza orçamental que afetam quer as ações de manutenção quer a operação das unidades navais”, constituem “fatores passíveis de continuar a gerar dificuldades na gestão do Dispositivo Naval Padrão”, com “especial impacto” nas Zonas Marítimas do Norte e da Madeira.

“A possibilidade de assegurar o dispositivo no Norte e Madeira com outro tipo de meios navais, como corvetas, aumentaria substancialmente os custos de missão, não previstos no orçamento da Marinha, e tornaria a manutenção do Dispositivo Naval no continente e na Zona Marítima dos Açores mais difícil pelo reduzido número e idade destes meios”, admitiu ainda a mesma fonte.

Acrescenta a Marinha que o “estado e tempo de vida” das corvetas e patrulhas “será sempre condicionado” pela “obsolescência de alguns sistemas e equipamentos, por outro, com a inerente fadiga estrutural dos navios”.

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