Sindicato da Hotelaria do Norte não "compactua" com distribuição de sobras de alimentos dos restaurantes a familias carenciadas

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte (STIHTRSN), Francisco Figueiredo, acusa a Ahresp de "hipocrisia e propaganda" ao lançar uma rede nacional de solidariedade que incentiva os restaurantes a doar as sobras de alimentos às famílias mais carenciadas.
A reacção surge após a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (Ahresp) ter promovido, na passada sexta-feira, uma cerimónia no Casino Estoril, apadrinhada pelo Presidente da República, e onde foi lançado oficialmente o sitio electrónico que vai permitir pôr de pé o projecto "DA – Direito à Alimentação".
Francisco Figueiredo não acredita "em boas vontades sem segundos intenções" e, por isso, não se associa a esta iniciativa.
Francisco Figueiredo não poupa nas criticas à Ahresp pela falta de condições salariais dos trabalhadores do sector da restauração.
O sindicalista não tem dúvidas de que esta iniciativa não terá efeitos concretos no sector, uma vez que "são poucos os restaurantes que têm sobras e desperdícios, por ser uma medida combatida para prevenir consequências económicas e ambientais".
A iniciativa partiu da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (Ahresp), depois de tomar conhecimento que, só em refeitórios e cantinas servidas por empresas de catering, vão todos os dias para o lixo entre 35 a 50 mil refeições.
Além da criação do "vale solidário" – uma refeição composta por sopa, prato principal, pão e fruta que os restaurantes se comprometem a oferecer a famílias carenciadas – o objectivo é desenvolver um sistema de aproveitamento de excedentes de refeições e alimentos cozinhados, respeitando as regras sanitárias definidas pela ASAE. Está a ser pensada uma caixa refrigerada para garantir todas as condições de transporte.