O segundo Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) para adultos autistas no Norte começa a funcionar na sexta-feira, em Viana do Castelo, com nove utentes, metade dos que estavam pré-inscritos, foi hoje anunciado.
“Infelizmente, não podemos receber mais, porque a situação financeira não permite. Começamos assim e ficamos melhor do que estávamos antes, ou seja, quando não tínhamos nada”, admitiu à agência Lusa Marco Reis, presidente da Associação de Amigos do Autismo (AMA).
Este novo CAO, em Darque, Viana do Castelo, resulta de um projeto daquela associação local para colmatar a “falta de apoio” nesta área e previa 15 vagas para jovens adultos, tendo recebido 17 pré-inscrições nos últimos meses.
“Estamos a falar de utentes do distrito de Viana do Castelo, mas também dos concelhos de Barcelos e Esposende, com idades que vão dos 16 aos 35 anos”, acrescentou Marco Reis.
Na região norte trata-se do segundo centro do género, depois de Vila Nova de Gaia. Em todo o país, será o quarto.
“Queremos que em vez de estarem em associações de multideficiências ou em casa, fechados, estes jovens adultos sejam acompanhados para percebermos as áreas em que podem ser funcionais, para um dia mais tarde serem inseridos num trabalho protegido”, acrescentou Marco Reis.
O centro está concluído há vários meses e representou um investimento de 65 mil euros na adaptação de um edifício abandonado da Escola Carteado Mena, em Darque, que disponibilizou o espaço.
Uma instituição bancária assegurou 50 mil euros para a obra e a abertura acontece na sexta-feira.
“Temos capacidade para receber 15 pessoas, mas o protocolo que celebrámos com a Segurança Social só permite nove. Naturalmente que, com o tempo, esperamos chegar à capacidade máxima porque sabemos que é um apoio necessário”, apontou ainda Marco Reis.
Este CAO representará um custo mensal de funcionamento de 9.500 euros, verba que será suportada em quase 60 por cento pela Segurança Social, através do acordo alcançado nos últimos dias.
“É uma grande ajuda no orçamento, cobre parte dos custos. A restante parte será suportada pelos familiares dos utentes e pela instituição”, explicou o presidente da AMA.
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