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Viana do Castelo

Russos admitem Estaleiros de Viana com mais de mil trabalhadores

3 Dezembro, 2012 - 10:39

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Os russos da RSI Trading, que concorrem à reprivatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), admitiram hoje que a empresa poderá voltar a ter mais de mil trabalhadores, caso vençam aquele concurso.

Os russos da RSI Trading, que concorrem à reprivatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), admitiram hoje que a empresa poderá voltar a ter mais de mil trabalhadores, caso vençam aquele concurso.

“Os estaleiros já tiveram mais de mil trabalhadores, penso que esse número pode facilmente vir a ser de novo alcançado no médio prazo. É uma consequência normal do aumento do nível de encomendas e da produtividade”, afirmou à agência Lusa Frederico Casal-Ribeiro.

O representante em Portugal do grupo russo lembrou que a RSI Trading “conta” com os atuais 635 trabalhadores dos ENVC.

“De futuro, obviamente que aumentando a capacidade produtiva dos estaleiros, será uma consequência natural aumentar a mão-de-obra e os níveis de empregabilidade”, sublinhou.

Isto porque o grupo russo já estabeleceu como objetivo, em caso de vitória, avançar com um plano de modernização para permitir “um aumento da produtividade e competitividade dos estaleiros”, mas reconhecendo, por outro lado, “o elevado ‘know-how’ dos trabalhadores”.

A empresa RSI Trading integra a Corporação Financeira da Rússia, do magnata Andrei Kissilov, e a entrada no concurso para a reprivatização dos ENVC insere-se nos seus planos de “expansão”.

Em menos de cinco anos a empresa River Sea Industrial (RSI) Trading adquiriu três grandes estaleiros russos, em Petrozavodsk, Nizhi-Novgorod e Volgogrado. Nesta última cidade dispõe ainda de uma fábrica de metalomecânica, numa área industrial total de 75 hectares.

Emprega mais de três mil trabalhadores e fatura 500 milhões de dólares norte-americanos, fruto da “forte presença” em países da ex-União Soviética, da região do mar Cáspio e da Ásia Central.

“Na nossa estratégia de expansão, os ENVC são uma pedra fundamental. África e América do Sul são mercados prioritários e ter um estaleiro em Portugal faz todo o sentido”, afirmou Frederico Casal-Ribeiro, recordando as afinidades culturais, a língua e a posição geográfica, para justificar esta opção.

Em caso de vitória no concurso de reprivatização, o grupo russo assume como “prioridade” iniciar “imediatamente” a construção de dois asfalteiros para a Venezuela, a única encomenda nesta altura ativa nos estaleiros de Viana.

Nesta altura, entre os três estaleiros russos da RSI Trading, a carteira de encomendas para 2013 é de “35 a 37 navios”, entre contratos fechados e em negociação.

“Admitimos, obviamente, caso a caso e de acordo com as específicas técnicas de cada navio, que alguns desses possam vir a ser alocados a Viana do Castelo”, assumiu ainda Casal-Ribeiro.

A isto acrescentou a garantia do grupo russo de “preservar a identidade” dos ENVC, como empresa que “constrói navios desde o anteprojecto até ao lançamento”, rejeitando qualquer cenário de construção apenas de blocos para outros estaleiros.

A RSI garante ainda uma “equipa forte de gestão” dos ENVC e “integralmente portuguesa”, inclusive com alguns elementos já “sondados no âmbito de uma pré-negociação”.

“Da Rússia virá apenas algum apoio técnico, mas talvez apenas na fase inicial”, rematou Frederico Casal-Ribeiro.

O grupo russo RSI Trading disputa 95 % do capital social dos ENVC diretamente com a empresa brasileira Rio Nave.

O Governo português prevê vender os ENVC até final do ano.

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