Muitos adeptos e seguidores do futebol se terão lembrado ontem ao final da tarde do famoso filme de Victor Fleming “e tudo o vento levou” a propósito do Benfica ter perdido a Taça de Portugal para o Vitória de Guimarães. De facto, a “época brilhante” de há quinze dias preconizada por Jorge Jesus acabou por se traduzir na conquista de nada e concluir-se pela enorme desilusão e frustração que pairava nos rostos de muitos benfiquistas que deixavam o Jamor antes do apito final de outro Jorge. Em vantagem ao intervalo, na segunda parte tudo se transformaria em dois minutos fatais para os encarnados, começando por mais uma “fífia” do guardião a que se seguiu novo desaire da turma encarnada, no culminar em vazio de títulos, em contraste com a euforia vimaranense, que arrecadou a primeira Taça de Portugal no seu já longo historial.
Passadas estas longas horas, observando a festa no Toural, os benfiquistas ainda estão incrédulos e atónitos sobre tamanha desventura que se abateu sobre a equipa neste malogrado Maio, quiçá de difícil e muito amarga “digestão”. Inesperadamente, não só se foi a Liga Europa, como o campeonato e, por último, até a Taça percorreu quatro centenas de quilómetros até ao berço da Nação.
É sempre assim no culminar de cada época: alegria a rodos de uns e desilusão de outros, mais amarga quanto menos esperada.
A Taça de Portugal dominou o dia de Domingo, mas na véspera a penúltima jornada do nacional da III divisão trouxe-nos as derradeiras decisões, com festejos para Bragança, Vianense e Santa Maria que garantiram a continuidade pelos nacionais, em contraste com a despromoção do Ronfe que acompanha Taipas e Marinhas rumo aos distritais.
Na antevisão, apontávamos apenas uma única condição para este desenlace: que a equipa de Galegos não permitisse a vitória do Ronfe. O nulo final registado acabou por ser bastante para tudo ficar encerrado, pois a própria equipa de Santa Maria garantiu a manutenção, bem como as equipas do Vianense e do Bragança, graças às suas vitórias caseiras, embora por diferença mínima, perante Marinhas e Taipas, respectivamente. Resta a ronda final, a disputar na tarde de Sábado, decisiva apenas para encontrar o título de campeão, mas disso falaremos lá para perto do final da semana.
Entre os despromovidos antes desta fase final, tudo ficou igualmente decidido, com Maria da Fonte a confirmar o primeiro lugar após nova goleada imposta aos jovens melgacenses, desta vez por oito a um, bem como a confirmação da reserva, por parte do Merelinense, do outro bilhete que dá acesso à Taça de Portugal, após vitória sobre o Esposende, através de dois golos marcados na segunda parte, a contrapor à desvantagem ao intervalo, uma derrota que atirou os esposendenses para o quarto posto, em permuta com o Ponte da Barca que com um só golo averbou os três pontos em jogo com o Desportivo de Monção, definitivamente relegado para penúltimo lugar da prova, superando apenas a lanterna vermelha, Melgacense.
Numa breve referência aos dois únicos jogos de seniores distritais disputados, na I divisão, falamos do resultado absolutamente normal do Fachense sobre as Águias do Souto, por três a um, colocando, ainda que à condição, a equipa da Facha no quinto posto da tabela e confirmando as águias no penúltimo, enquanto na Honra se registou meia surpresa nos cinco golos do jogo, com a lanterna vermelha, Vila França, a marcar mais um que o Piães, em casa deste último, apesar de não se ter registado qualquer alteração na tabela classificativa.
Tal como na antevisão, uma passagem também no rescaldo pelas competições de formação, com o Vianense a sagrar-se campeão de Juniores após a vitória sobre o Barroselas, numa segunda parte emocionante, comos cinco golos apontados a contrastar com a míngua total da primeira. Os visitantes ainda sonharam, pois adiantaram-se no marcador, mas a reacção vianense não deu chance mínima e assim conquistaram o direito de entrada no nacional.
No que respeita aos Iniciados, o Limianos conseguiu o ponto que necessitava frente à Perspectiva e garantiu, de igual modo, a três rondas do final, o título no escalão e a presença de mais uma equipa nas provas nacionais.
Falta a de Juvenis, que não poderia ser atribuída nesta ronda, mas ficou-nos praticamente a certeza que o título fugiu ao Cerveira, após a derrota “in extremis” frente ao Limianos, que agora reúne as melhores condições para repetir um título entre camadas jovens.
E é assim que semana a semana se vai concluindo a época. Não está longe do final, já muitos títulos foram decididos, mas teremos ainda pelo menos o próximo fim-de-semana repleto de emoções, expectativas e ansiedade.
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