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Paredes de Coura

Região Norte: Coura campeã nas exportações – Município reclama ligação à A3

3 Janeiro, 2017 - 02:58

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Apesar do desempenho no plano Industrial, o concelho de Paredes de Coura continua a ser o único do Alto Minho a não dispor de ligação rodoviária entre as zonas Industriais e a autoestrada (A3).

Paredes de Coura registou, entre 2013 e 2015, um crescimento de 700% do volume de bens produzidos para exportação. Em 2015, o concelho apresentou um volume de exportações sete vezes superior ao de 2013. É maior crescimento das exportações à frente dos 85 concelhos que compõem a Região Norte. Os dados são do relatório “Norte Conjuntura” da CCDR-N, e foram divulgados pelo Município local esta segunda-feira.
Em 2013 Paredes de Coura registava um volume de exportação de 6.881,889 euros. Em 2015, esse valor ascendeu a 48.428,455 euros. Considerando o total global do volume de exportação, o concelho foi catapultado para o top dos concelhos mais exportadores do Norte, particularmente relevante na exportação de produtos para o setor automóvel.
O presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura, Vítor Paulo Pereira, refere que “os números só traduzem o que sentimos há já algum tempo. Por isso, encaramo-los com normalidade: não nos surpreendem nem nos deslumbram. Não somos melhores do que ninguém nem entraremos em depressão quando, após este ciclo de crescimento, houver uma estabilização. No entanto, Paredes de Coura e as suas gentes devem ser uma inspiração e um exemplo para o país por ser um lugar onde a vontade e a resiliência superam todos os preconceitos geográficos e indicam caminhos.”
Os dados divulgados refletem quase em exclusivo a produção das empresas ligadas ao setor automóvel, não incluindo sequer o volume de exportação do calçado produzido pelo grupo Kyaia – maior empregador do concelho – que, não obstante lá ter implantada a sua maior força produtiva, tem a sede fora de Paredes de Coura.
O relatório “Norte Conjuntura” da CCDR-N reúne e analisa, desde 2006, a informação disponível mais relevante com vista à identificação das tendências que marcam a evolução económica da Região Norte no contexto nacional.
Recorde-se que, de acordo com nota da CCDR-N, divulgada em novembro de 2016 e elaborada com base neste documento, a região Norte foi o principal motor de crescimento da produtividade no país durante o período de recuperação económica dado que, entre 2012 e 2015, a produtividade na região cresceu 8,0%, bem acima da média nacional (5,2%) e da NUTS II de Lisboa (1,8%).
Ainda de acordo com o autarca courense, “estes dados mostram que a nossa aposta de priorizar a captação de investimento foi acertada e, sobretudo, que as pessoas e as empresas se esforçam e reinventam diariamente para fazer da sua fragilidade fortaleza. É para mim um orgulho e um privilégio muito grande ser presidente da Câmara de um concelho onde as pessoas trabalham, produzem, criam e vivem “sem paredes”.
O município tem acolhido nos últimos anos projetos industriais que se destacaram pela inovação e, já durante o ano de 2016, recebeu a visita do ministro da Economia, Caldeira Cabral, e do Primeiro-ministro António Costa, em diferentes situações e para inaugurar equipamentos industriais e apresentar novas soluções para a indústria. Assim, os dados agora apresentados afirmam apenas a ideia que, em alguns anos, o concelho se tornou numa referência da região Norte na captação de investimento para reforço da capacidade exportadora.

Vítor Paulo Pereira: “Ainda não estamos à altura das nossas expetativas”

Apesar do desempenho no plano Industrial, o concelho de Paredes de Coura continua a ser o único do Alto Minho a não dispor de ligação rodoviária entre as zonas Industriais e a autoestrada (A3). Esta reivindicação – unanimemente feita em 2015 pelos empresários ao Ministro da Economia – tem sido intensificada pela autarquia que vê agora reforçados os argumentos para garantir os escassos 10 milhões de euros necessários para garantir a ligação. “Achamos que ainda não estamos à altura das nossas expetativas. Vamos continuar a trabalhar com os empresários e com os courenses, sempre com velocidade institucional, entusiasmo e o querer de quem não perde de vista o impossível porque, estamos convictos, lá temos muito menos concorrência”, considera.
Recorde-se que foi também em 2015 que Jorge Fão, então deputado socialista na Assembleia da República, enviou ao Governo de Pedro Passos Coelho um documento onde alertava precisamente para esta questão. “Paredes de Coura é o Concelho do distrito de Viana do Castelo com piores acessibilidades rodoviárias o que penaliza fortemente as condições de mobilidade de pessoas e mercadorias, estrangulando dessa forma o desenvolvimento económico do concelho e o bem estar da população”, escreveu.
De acordo com dados da autarquia, os parques industriais de Castanheira e Formariz empregam atualmente cerca de 20% da população de Paredes de Coura.

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