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A Adega Quintas de Melgaço espera fechar 2019 com uma faturação superior a quatro milhões de euros. Os números foram avançados este sábado à Rádio Vale do Minho por Pedro Soares, administrador delegado, durante a festa dos 25 anos da empresa.
“Hoje em dia, a Quintas de Melgaço é uma empresa de sucesso. Tem-se afirmado pela qualidade dos seus vinhos para a qual contribui toda uma estrutura acionista. É uma empresa que se recomenda e esperamos que o futuro seja profícuo”, disse o responsável.
Atualmente, a empresa comercializa cerca de dois milhões de garrafas por ano. Um dos maiores projetos, contou Pedro Soares, passa pela internacionalização da empresa “por forma a ganhar cota de mercado e não depender tanto do mercado interno”. Para isso, há também que modernizar a própria estrutura não só com maquinaria mais avançada como “tornar a adega mais atrativa ao nível da receção dos turistas”.
Entre os países onde a Quintas de Melgaço já marca presença contam-se os Estados Unidos da América, a Alemanha, o Reino Unido e o Japão. Mas a empresa quer ir mais além. “Para além de consolidar estes mercados pretendemos conquistar outros mercados novos que estão numa fase de crescimento como a China e a Rússia”.
Uma ambição que agrada ao presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV). “Este é um dia de festa mas também de apresentação daquilo que é um modelo de negócio de sucesso”, realçou Manuel Pinheiro à Rádio Vale do Minho. “Vemos tantas vezes o setor cooperativo com tantas dificuldades e aqui temos um modelo diferente. Uma empresa com uma gestão muito profissional, a criar grandes vinhos mas também ligada ao seu território e a mais de 500 pessoas que são a alma desta empresa”.
Já é difícil encontrar uma família sem ninguém ligado à Quintas de Melgaço
A estrutura acionista da Quintas de Melgaço é atualmente composta por 530 pequenos produtores. A Câmara Municipal de Melgaço continua a ser o acionista maioritário, com 62%. “Se analisarmos a estrutura populacional de Melgaço, estamos a falar de menos de nove mil habitantes. Hoje já é difícil encontrar uma família no concelho em que não haja ninguém que esteja ligado à Quintas de Melgaço”, disse Pedro Soares.
Este cenário mereceu bastante relevo por parte do presidente da Câmara, Manoel Batista. “Esta é uma empresa e um projeto que tem acompanhado o crescimento da sub-região. Tornou-se num projeto de grande envergadura e prova disso são estes 25 anos e todos os resultados obtidos”, disse o edil melgacense à Rádio Vale do Minho. “A Quintas de Melgaço é hoje um grande motor da economia do nosso Município. Consegue produzir riqueza e noutros tempos, numa altura em que o Alvarinho era algo mais incipiente, esta empresa conseguiu alavancar a economia do nosso vinho fazendo-a crescer”, concluiu.
A Quintas de Melgaço, localizada na freguesia de Alvaredo, é uma sociedade anónima situada na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, na Sub-Região de Monção e Melgaço, especializada na produção de vinhos verdes, nomeadamente o Alvarinho.
A ideia da sua criação remonta a 1990, quando Amadeu Abílio Lopes, emigrante melgacense que há mais de meio século procurou e conseguiu fortuna no Brasil, procurou uma forma de valorizar os produtos da sua terra natal.
A adega começou a laborar em 1994 então já com cerca de quatro dezenas de acionistas e dois anos depois Amadeu Abílio Lopes (sem herdeiros) ofereceu as suas acções à Câmara Municipal de Melgaço, que se tornou dona maioritária do projeto.
Em 2013, a empresa contava já com mais de 500 accionistas, dos quais 430 eram produtores e lá vinificam as suas uvas, na esmagadora percentagem alvarinho (mais de 90%), mas também trajadura, vinhão e alvarelhão, estas em quantidades residuais. A área total de vinha supera os 100 hectares.
Atualmente, a Quintas de Melgaço produz e vende cerca de dois milhões de litros. Coloca no mercado nacional perto de 85% com uma exportação que ronda os 20%.
Veja a nossa galeria de fotos das ‘bodas de prata’ da Quintas de Melgaço, nas Termas do Peso:
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