Quase metade dos alunos do primeiro ciclo de Viana do Castelo vão ter de ser apoiados pelo município no próximo ano letivo, enquanto que no pré-escolar essa ajuda chegará a dois terços, indicam números divulgados.
Segundo uma proposta aprovada esta semana em reunião do executivo, a Câmara deverá apoiar diretamente, no próximo ano letivo, 1.400 dos 3.000 alunos que frequentam o primeiro ciclo do ensino básico no concelho.
Esse apoio, traduzido em dois escalões, conforme os rendimentos dos respetivos agregados familiares, prevê, no primeiro ciclo, o apoio à aquisição de livros e material didático, subsidiando ainda as refeições durante todo o ano letivo.
Já no pré-escolar, das cerca de 1.150 crianças que frequentam a rede pública, a partir de setembro serão apoiadas cerca de 760, segundo uma estimativa global de apoio escolar que a própria autarquia admite ser “elástica”, em função das dificuldades que estão a ser detetadas.
“É evidente que se nota um aumento. Aliás, não minto se disser que todos os dias nós temos cerca de três a quatro processos novos, de alunos que mudam de escalão [de apoio], que passam a ter um mais elevado, ou que não tendo escalão passam a usufruir”, explicou a vereadora da Educação na Câmara de Viana do Castelo.
Segundo Maria José Guerreiro, a quatro meses do arranque do próximo ano letivo a autarquia já estima gastar com apoio social escolar, em termos de primeiro ciclo, 328.782 euros, abrangendo 44% dos alunos do primeiro ciclo do ensino básico.
“Isto é significativo. Mostra que o nosso tecido social está cada vez mais depauperado, com enormes problemas. Mostra também a forma como as famílias se sentem desajudadas e não conseguem, por si, encontrar estratégias para ultrapassar essas questões”, admitiu Maria José Guerreiro.
Para o pré-escolar está já orçamentado, para o próximo ano letivo, um apoio de 109.801 euros, abrangendo 66% das crianças que frequentam a rede pública de jardins-de-infância do concelho.
“A escola pública, para além de ter um papel cultural e pedagógico, tem cada vez mais um papel social”, rematou.
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