A comissão política concelhia do PSD de Viana do Castelo acusou a Câmara local, socialista, de “total irresponsabilidade” na garantia de segurança da população, face ao diferendo que mantém com a corporação de bombeiros.
Em comunicado, a estrutura social-democrata “exige” que a autarquia “solucione rapidamente o imbróglio criado”, recordando o diferendo que levou cerca de 35 elementos dos Bombeiros Municipais de Viana do Castelo a devolverem os telemóveis de serviço, em protesto contra o não pagamento de horas extraordinárias.
Em situação de necessidade de reforço dos elementos de serviço, a mobilização passou a ser feita pela sirene do quartel, face à devolução dos equipamentos, sendo este um corpo profissional tutelado pela autarquia.
A concelhia liderada por Carlos Morais Vieira afirma que esta tomada de posição dos bombeiros, que aconteceu na última terça-feira à porta da Câmara, dá “má imagem para a sociedade” e demonstra “total irresponsabilidade na defesa do bem-estar das populações do concelho de Viana do Castelo”.
“Uma cidade não pode permitir um cenário como aquele a que temos assistido. Bombeiros descontentes na rua e uma população cada vez mais insegura”, lê-se no comunicado.
Sublinha ainda a “preocupação” com o “sentido de gestão” da autarquia, ironizando: “A Câmara de Viana limita as emergências às horas de expediente”.
O representante dos bombeiros explicou que a Câmara decidiu que o subsídio atribuído pela disponibilidade permanente e obrigatória, à qual estes profissionais estão vinculados, “paga todo o serviço extraordinário” prestado quando são chamados em gozo de folgas ou sem estarem escalados para serviço.
“Escravos é que não somos, porque o que está em causa é trabalharmos de graça. Se não estou de serviço e sou chamado para vir socorrer as populações, apesar de estar na praia ou noutro sítio qualquer, o mínimo que têm de fazer é pagar-me”, afirmou.
O “mal-estar” na corporação, acrescentou, arrasta-se há vários meses e todos os contactos com a autarquia foram, até agora, inconclusivos.
Estes profissionais, um corpo ativo de 44 elementos, entregaram na autarquia uma resolução contestando o “procedimento abusivo levado a cabo pela Câmara Municipal”, ao decidir deixar de pagar essas horas extraordinárias.
Representantes dos Bombeiros reúnem na próxima terça-feira na Câmara Municipal de Viana do Castelo para tentar chegar a um entendimento.
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