A falta de financiamento tem bloqueado a concretização do mais recente projeto do Centro Inter-paroquial do Alto Mouro, em Melgaço. Em causa está a construção de um centro de dia e de um lar de apoio à terceira idade, cujo investimento inicial está orçado em perto de dois milhões de euros.
Recorde-se que a instituição de solidariedade social tem já a funcionar o apoio domiciliário, dando resposta a 34 utentes. Mas a ideia será alargar a oferta social, sobretudo, numa região envelhecida e isolada. A concretizar-se, o centro de dia dará resposta a 60 pessoas e o lar a 30 idosos.
De acordo com o presidente da estrutura social, o projeto está concluído, mas permanece na gaveta, pela falta de financiamento e até, refere, de alguma “vontade política”. Vários apoios já foram solicitados, nomeadamente à Câmara Municipal de Melgaço.
O padre Raúl Fernandes admite que, por ser uma obra cara, não tem condições para avançar. A solução será, para já, esperar pelo desbloqueamento dos fundos comunitários, mas há também um plano B: reduzir o investimento para cerca de metade (um milhão de euros), com a escolha de materiais “mais económicos” e diminuição do espaço previsto.
A ser realidade, o futuro centro de dia e lar de idosos darão resposta a utentes de seis freguesias: Castro Laboreiro, Lamas de Mouro, Cubalhão, Cousso, Gave e Parada do Monte.
A falta de apoios tem, no entanto, desmotivado o padre Raul Fernandes, que não esconde algum pessimismo quanto ao futuro do projeto e do centro inter-paroquial.
Segundo o responsável, os utentes começam a “escassear” e a “fugir” para outras instituições próximas, que já se encontram de portas abertas.
Uma situação que poderá pôr em causa a “rentabilidade” económica da própria instituição. Para já não existem dívidas, mas caso existam, o caminho poderá ser o encerramento de portas. Cenário admitido pelo próprio.
A atual conjuntura está a bloquear muitos dos investimentos sociais previstos para o Alto Minho. É o caso da construção do centro de dia e lar de idosos previstos para as freguesias de montanha, em Melgaço. Um projeto que aguarda uma nova vaga de apoios do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
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