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Viana do Castelo

Primeiros bordados de Viana do Castelo certificados chegam em agosto para travar cópias chinesas

23 Junho, 2012 - 11:53

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Os primeiros bordados de Viana do Castelo, devidamente certificados para travar as cópias que os têm vindo a descaracterizar, deverão começar a ser vendidos em agosto, culminando desta forma um processo que arrancou em 2005.

Os primeiros bordados de Viana do Castelo, devidamente certificados para travar as cópias que os têm vindo a descaracterizar, deverão começar a ser vendidos em agosto, culminando desta forma um processo que arrancou em 2005.

Trata-se do quinto produto artesanal, em todo o continente, que passa a estar certificado, para garantir a sua qualidade e autenticidade, anunciaram os promotores, na apresentação da nova marca.

Segundo Abílio Vilaça, da Associação para o Desenvolvimento Regional do Minho (ADERE-MINHO), entidade a quem foi confiada, a pedido da Câmara de Viana do Castelo, a certificação, este processo garante ao consumidor que “não leva gato por lebre”, ao mesmo tempo que propicia maior rendimento ao artesão.

“Só para termos uma ideia, o negócio dos produtos do artesanato, em França, rende cerca de 78 mil milhões de euros, que é tanto como a ajuda que pedimos à ‘troika’”, apontou o responsável.

Os bordados de Viana do Castelo, que se juntam aos bordados de Guimarães, aos Lenços de Namorados do Minho, ao figurado e olaria de Barcelos como produto artesanal certificado, têm de obedecer ao caderno de especificações que define as características que lhe conferem uma identidade própria, como cores, linhas, materiais, gramática, ponto e desenhos.

O artesão interessado em certificar o seu produto submete-o à apreciação da comissão de acompanhamento que se encarregará de examinar se o caderno de especificações foi respeitado.

“Só os artesãos que possuírem o certificado que vamos atribuir é que poderão ostentar o título de bordado de Viana do Castelo”, explicou ainda.

A ADERE-MINHO, entidade que vai coordenar a emissão dos certificados, garante que vai começar a visitar os artesãos, com vista à sua certificação, a partir de 02 de julho.

Os primeiros bordados com o selo de garantia de origem deverão estar à venda já em agosto.

Além de Viana do Castelo, esta certificação, que constará no próprio produto através de um selo em papel e outro em tecido, poderá ser emitida para artesãos de mais 12 concelhos do Minho, desde que comprovem obedecer aos requisitos das especificações definidas para aquele bordado.

O bordado de Viana do Castelo terá nascido em 1917 mas há mais de uma década que sofre os efeitos da concorrência asiática, com cópias estampadas à venda em todo o país.

“Hoje é um dia muito feliz para Viana do Castelo. Espero que, agora, erradiquemos de vez as cópias chinesas mal feitas que temos por aí à venda”, defende José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana do Castelo.

A primeira certificação será emitida por um prazo de seis meses e renovada depois anualmente.

Segundo a ADERE-MINHO, existem na região mais de 80 artesãos que se dedicam ao bordado de Viana do Castelo, mas apenas 26 possuem a carta própria daquela atividade.

“É tempo também de começarmos a pensar na formação, também dos mais jovens, nesta área. Podem ter aqui uma oportunidade de negócio e de realização. É por isso que esta certificação não é um fim, mas apenas o princípio”, rematou José Maria Costa.

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