O primeiro aerogerador a funcionar numa cidade portuguesa, instalado em Viana do Castelo, começou na quarta-feira a fornecer eletricidade à rede, assegurando as necessidades de 10 por cento dos habitantes daquela zona urbana.
Os dados foram revelados hoje à Agência Lusa pela administração da Enercon que, segundo “valores médios”, estima que o aerogerador de 2 MegaWatts (MW) instalado na cidade de Viana do Castelo seja capaz de assegurar os consumos de 4.000 pessoas e cerca de 2.000 habitações.
Ou seja, 10 por cento dos 40.000 habitantes da cidade na qual está instalado o aerogerador.
“Além disso, estamos a falar de uma poupança de 2.500 toneladas de emissões de CO2 por ano, o que também é uma componente ambiental muito importante”, sublinhou Francisco Laranjeira, administrador da Enercon em Portugal.
Trata-se de um investimento que ascende a cinco milhões de euros, através da instalação deste equipamento no Parque Empresarial da Praia Norte, junto à foz do rio Lima, um dos polos de produção daquela multinacional alemã em Viana do Castelo.
A instalação da torre pela Enercon foi concluída há cerca de dois meses e passou ainda pela delicada tarefa de colocar, no topo, o aerogerador de dois megawatts, com um peso de 54 toneladas e cinco metros de diâmetro, a 78 metros de altura.
Além disso, o aerogerador, visível em todo o perímetro da cidade, funciona com pás do rotor de 41 metros de comprimento e o processo só foi concluído na quarta-feira, com a componente elétrica de ligação à rede.
“O aerogerador serve para a produção de eletricidade, fornecida à rede, e para testar os nossos produtos”, explicou ainda Francisco Laranjeira.
Este foi o equipamento número 1.300 da Enercon Portugal, tendo a particularidade de ter sido “totalmente construído em Viana do Castelo”, integrando a “nova geração de aerogeradores de alta eficiência” do grupo alemão.
“É a primeira cidade do país que tem uma turbina urbana”, admitiu Francisco Laranjeira.
A Enercon é hoje o maior empregador privado de Viana do Castelo, com 1.400 postos de trabalho distribuídos por cinco unidades no concelho.
“É um sinal de modernidade ligado a uma indústria de energias renováveis que está aqui bem sedimentada e de onde parte uma importante cadência de exportação, de dois navios por semana”, garante o administrador.
Desde julho que a empresa está a incrementar a exportação de componentes a partir de Viana do Castelo, com a partida semanal de dois navios do porto local, existindo a expectativa de aumentar esse volume agora que estão concluídas as dragagens na entrada da foz do rio Lima, realizadas para aumentar a competitividade da operação.
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