A captura da lampreia no rio Minho vai de mal a pior. Poucos exemplares e preços a disparar.
No ano passado os preços mais altos oscilavam entre 70 e 100 euros.
Este ano já praticamente só se escrevem com três dígitos.
“Na primeira venda ou seja, diretamente ao pescador, o preço está a rondar os 100 euros”, disse Augusto Porto, pescador profissional, à Rádio Vale do Minho.
Há muito poucas lampreias no rio Minho
[crédito fotografia: ilustrativa | Arquivo/jornal C]
O antigo presidente da Associação Profissional de Pescas do Rio Minho e Mar lamenta que neste momento “só mesmo restaurantes de maior gabarito é que podem ter este prato”.
E aí certamente que custará bem mais do que 100 euros.
“Tem sido um ano muito ingrato. Em relação ao ano passado, não se vê qualquer melhoria. Não estamos nada satisfeitos com a época que está a decorrer”, lamenta Augusto Porto.
“Janeiro está difícil e se calhar vai ser pior que o ano passado, o que não augura nada de positivo. Pode ser que as chuvas dos últimos dias atraiam mais exemplares para a costa”.
Questionado sobre se a captura da lampreia deveria ou não ser suspensa durante um ou dois anos, Augusto Porto foi taxativo na resposta. Para o pescador, o problema é outro.
“Os rios estão atualmente convertidos em aquários de peixes exóticos que não deveriam estar nestes rios e que são prejudiciais a espécies como a lampreia, o sável e a enguia”, refere.
Entre esses peixes predadores está a carpa [Cyprinus carpio], por exemplo.
Alimenta-se das das crias de lampreia, impedindo-as de chegar ao mar.
Lampreias vêm desovar ao rio Minho, mas carpas estarão a devorar crias antes que cheguem ao mar
[crédito fotografia: DR]
A safra da lampreia no rio Minho arrancou no passado dia 2 de janeiro.
Prolonga-se até ao próximo dia 31 de março.
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