O secretário de Estado da Economia, António Almeida Henriques, anunciou hoje que em breve será garantida a “interoperabilidade” dos sistemas de cobrança eletrónica de portagens portugueses e espanhóis.
“Neste momento, está a haver um trabalho muito intenso, no sentido de se encontrar entre a Brisa [Via Verde] e a Peajes [portagens] de Espanha um ponto de encontro que permita facilitar a utilização destes dois dispositivos eletrónicos”, afirmou António Almeida Henriques.
O secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional falava no final da assembleia-geral do Eixo Atlântico, realizada hoje em Viana do Castelo, cidade que, através do autarca José Maria Costa, vai liderar aquela estrutura nos próximos dois anos.
A harmonização do acesso dos automobilistas espanhóis às antigas SCUT portuguesas é, desde 2010, uma das grandes reivindicações dos 34 autarcas do Norte de Portugal e da Galiza que integram o eixo e que hoje receberam garantias daquele membro do Governo.
Tal como já vinha sendo reclamado pelo Eixo Atlântico, as duas operadoras nacionais estão em processo de unificação dos respetivos sistemas de pagamento eletrónico para permitir a interoperabilidade dos respetivos aparelhos nos dois lados da fronteira, facilitando, desta forma, o processo de cobrança nos pórticos virtuais portugueses, mas também aos utentes lusos em viagem pelas autoestradas espanholas.
“Do ponto de vista técnico, [as empresas dos dois países] estão a trabalhar de uma forma acelerada para que esta questão fique resolvida. Conectando os dois sistemas, teremos uma grande liberdade de movimentos, pelas estradas dos dois países”, reconheceu António Almeida Henriques.
“Penso que [a interoperabilidade dos sistemas] ocorrerá num curto espaço de tempo”, acrescentou.
O Eixo Atlântico aprovou hoje a constituição de uma comissão de trabalho que pretende levar propostas sobre a mobilidade entre o Norte de Portugal e a Galiza à discussão da próxima cimeira ibérica.
“Temos muita esperança na próxima cimeira, que estou convencido que nos vai trazer boas noticias, não só na componente das portagens, mas também na modernização da linha-férrea [entre Nine e Valença]”, apontou José Maria Costa, novo presidente do Eixo Atlântico.
Os autarcas servidos pela ligação ferroviária entre Porto e Vigo garantem que a modernização da linha pode custar a Portugal, através da comparticipação de fundos comunitários, cerca de nove milhões de euros, num montante global estimado de 180 milhões de euros.
O assunto voltou a ser abordado pelos representantes do Eixo mas, apesar da “aposta nos portos e na linha férrea”, admitida pelo Governo, o secretário de Estado não se comprometeu com qualquer promessa concreta.
“Num momento destes, não podemos estar a pressionar no sentido da alocação de recursos para infraestruturas quando não há, objetivamente, dinheiro”, apontou António Almeida Henriques.
Ainda assim, acrescentou que “alguns investimentos” com “impacto na economia e nas exportações” ainda “podem ser sempre ponderados”.
Nesta assembleia-geral do Eixo Atlântico, realizada na Pousada de Santa Luzia, em Viana do Castelo, o mesmo local onde há vinte anos nasceu este organismo, foi ainda aprovado um orçamento para 2012 no valor de 4,3 milhões de euros, para apoiar onze projetos comunitários em curso nos dois lados da fronteira.
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