O pescador sobrevivente do acidente ocorrido ontem com um barco de pesca artesanal ao largo de Castelo de Neiva, Viana do Castelo, deverá ter alta médica esta quinta-feira, informou fonte hospitalar.
“Está clinicamente estável. Entrou esta manhã [ontem] com uma situação de hipotermia, que já se resolveu. Fica em vigilância, durante a noite, apenas por precaução”, explicou Maria Ramalho, médica do Serviço de Urgências do hospital de Viana do Castelo.
A médica contou à Lusa que o pescador de 32 anos, ingeriu muita água. Este pescador era o proprietário da embarcação da “Senhora da Paz”, que virou após uma onda à saída para a faina.
Entretanto, as buscas pelo pescador que ainda continua desaparecido foram interrompidas às 18:00, devido ao agravamento das condições meteorológicas, e serão retomadas esta quinta-feira.
Ontem as buscas decorreram em terra, com equipas da GNR e da Polícia Marítima, e no mar, com várias embarcações, além de um meio aéreo que acabou por ser desmobilizado durante a tarde face à falta de visibilidade.
O acidente deu-se a cerca de uma milha do portinho de Castelo de Neiva, em Viana do Castelo, de onde os dois pescadores que seguiam a bordo são naturais.
Segundo a Polícia Marítima, os homens não envergavam coletes salva-vidas quando terão sido colhidos por um golpe de mar, cerca das 07:50, vinte minutos depois de partirem para a faina do polvo.
Um dos homens foi resgatado por tripulantes de uma outra embarcação de pesca e transportado ao hospital de Viana do Castelo, em estado de hipotermia.
O segundo tripulante continua desaparecido, após a retirada dos aparelhos de pesca do mar, já que as autoridades marítimas admitiam que o corpo estivesse preso a esses aparelhos.
“A minha convicção é que o corpo terá afundado. O náufrago ingere água e afunda, dará à costa, eventualmente, daqui a alguns dias”, explicou o comandante Gonçalves da Silva.
A família do proprietário do barco já admitiu à Lusa que a bordo não seguia o mestre do “Senhora da Paz”, o que representará, explicou o comandante da Capitania, a confirmar-se, “uma incúria” dos dois homens que foram ao mar.
Vários pescadores de Castelo de Neiva, uma freguesia com cerca de 40 barcos artesanais e 80 profissionais de pesca, confirmam que face à situação de assoreamento daquele portinho, sempre que a barra o permite, “é habitual arriscarem mais um pouco”, mesmo que o estado do mar não seja o ideal.
As operações de desassoreamento no portinho de Castelo de Neiva estão identificadas pelo Ministério do Ambiente como uma “prioridade” e deveriam arrancar, segundo a última previsão, até ao mês de maio.
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