PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Viana do Castelo

Pesca do robalo "é a mais assassina de todas"

18 Fevereiro, 2010 - 16:22

389

0

A pesca do robalo "é a mais assassina de todas", porque é na zona de rebentação que "mais peixe há", dizem pescadores experientes de Viana do Castelo.

A pesca do robalo "é a mais assassina de todas", porque é na zona de rebentação que "mais peixe há", explicaram à Lusa pescadores experientes de Viana do Castelo, após o naufrágio desta quinta-feira de manhã de uma embarcação. A embarcação de pesca, com sete metros de comprimento, naufragou ao largo de Areosa, Viana do Castelo, quando se encontrava na faina do robalo. Um dos pescadores que seguia no barco morreu e já foi resgatado, o outro, seu irmão, mestre do barco, continua desaparecido.
"O robalo quer o mar a partir, quer o chamado mar de andaço. Onde há mais é na zona de rebentação das ondas. É por isso que muitas vezes os pescadores arriscam e vão para essas zonas muito traiçoeiras e perigosas. Depois de estarem no mar ficam cegos e só pensam em encher o barco", referiu Joaquim Carneiro, que foi pescador durante quase 50 anos.
Para Joaquim Carneiro, andar de barco nessas zonas é como "andar de carro numa estrada cheia de buracos, sempre aos solavancos". "Tanto se está em baixo, como já se está bem no ar", descreveu.
"O robalo precisa de mar bravo, mexido. É por isso que nós lhes chamamos a pesca assassina", acrescentou o pescador Luís Ribeiro.
Os pescadores envolvidos no acidente de hoje, com 50 e 56 anos, eram "muito experientes", já que "durante toda a vida não tiveram outra actividade além da pesca". "Nestas coisas, a experiência de pouco ou nada vale. A gente arrisca, vem um golpe de mar e é o fim", disse ainda Joaquim Carneiro.
Segundo o comandante da Capitania de Viana do Castelo, Vítor Martins dos Santos, à hora do acidente haveria "algum nevoeiro", mas o mar "estava em boas condições" para a pesca local, com exceção da zona de rebentação, onde se registavam vagas com 3,5 metros de altura.
"O acidente pode ter sido provocado por um qualquer golpe de mar, mas não é possível apontar uma causa com segurança, uma vez que ninguém assistiu ao acidente", referiu. Admitiu ainda que os tripulantes não estariam a usar os coletes salva-vidas.
As buscas para tentar localizar o pescador desaparecido envolvem um helicóptero da Força Aérea e duas embarcações semirrígidas, e vão ser reforçadas com um navio-patrulha da Marinha.
Em terra, as operações estão a cargo da Polícia Marítima e dos Bombeiros Municipais de Viana do Castelo.

Fonte: Lusa

Últimas