As perdas em 10% da rede pública de abastecimento de água em Viana do Castelo já estão a ser detetadas por uma plataforma inteligente cujo alargamento ao restante concelho representa um investimento de três milhões de euros.
“Já investimos cerca de meio milhão de euros mas o restante só com fundos comunitários. Para isso é preciso que o Governo esclareça se será possível recorrer a esses fundos para assegurar a gestão eficiente da água”, disse o presidente do conselho de administração dos Serviços Municipalizados e de Saneamento Básico de Viana do Castelo (SMSBVC).
Este sistema, apresentado publicamente ontem, resulta de uma parceria daqueles serviços com uma empresa privada e com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Começou a ser implementado em setembro de 2012, na zona de Amorosa, freguesia de Chafé, e após vários meses entrou em funcionamento em abril, monitorizando a rede em tempo real.
Nos próximos dias, acrescentou Vítor Lemos, será alargado às freguesias de São Romão de Neiva (zona industrial), Monserrate (parque empresarial) e Darque (Cabedelo), totalizando uma cobertura de 4.500 consumidores, ou seja cerca de 10% dos 40.000 clientes da rede pública de água do concelho.
“Permite-nos subsetorizar a rede e localizar as perdas, chegando mesmo até a um arruamento específico, para ir rapidamente às perdas. A plataforma está online e lança alertas em tempo real, por abaixamento de pressão ou diferencial de consumos”, explicou.
Segundo Vítor Lemos, os SMSBVC captam quatro milhões de metros cúbicos de água para abastecimento aos consumidores, mas, deste total, 25% são perdidos durante a distribuição. O objetivo dos serviços, criados em 1928 e detidos totalmente pela Câmara de Viana do Castelo, é reduzir essas perdas para 18% nos próximos cinco anos.
“Estamos abaixo da média nacional, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. E contamos com este sistema para o fazer, porque ajuda-nos a ser mais eficientes na gestão, reduzindo as perdas”, disse ainda o administrador e vereador na autarquia de Viana do Castelo.
O sistema, que após o projeto-piloto em Viana do Castelo começará agora a ser comercializado em todo o país por uma empresa privada, permite ainda “dimensionar” perdas de água, imputando, por exemplo, os custos com a rotura de uma conduta, durante uma obra, ao respetivo empreiteiro.
Paralelamente, os serviços têm ainda em curso um projeto que, até final do ano, permitirá a leitura e controlo remoto, em tempo real, do consumo de água da rede pública de Viana do Castelo em cerca de 11.000 clientes.
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