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Paredes de Coura

Paredes de Coura: Mar de gente abriu mais uma edição do ‘festival dos afetos’

18 Agosto, 2016 - 02:28

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Várias individualidades presentes. Autarca de Melgaço fala de ‘impacto brutal para o Alto Minho’.

Uma moldura humana gigantesca a dar o pontapé de saída. Foi assim este ano. Tem sido assim todos os anos a imagem de marca do Festival de Paredes de Coura. Ainda a noite não tinha caído e já os «We Trust» com os «Coura All Stars» cantavam e encantavam o público mais juvenil que delirava em frente ao palco. Estava aberta a 24ª edição do “festival dos afetos”. Um espaço onde todos trocam sorrisos, e tantas vezes sem se conhecerem de lado nenhum. Um lugar perdido no tempo onde parece haver apenas tempo para a música, para os abraços e quase nada mais. “É a primeira vez que venho a este festival. Estou aqui a acampar e está a ser muito giro”, disse a Sofia, uma estudante de Medicina Dentária que veio de Lisboa até ao Alto Minho. Veio com a Laura, grande amiga. “É também a primeira vez que cá estou. Quero ver os «Cage the Elephant»”, contou.
A noite caía e a temperatura aumentava no meio da multidão. Fomos vagueando. Sem encontrões. Sem copos a entornar. Realmente não é por acaso que ainda há dias chamaram a este festival “o mais cavalheiro de todos”. Cruzámo-nos com a Catarina e com o João, um casal de amigos do Porto. “Está a ser muito bom! O ambiente é muito porreiro”, avaliou a Catarina. Em sintonia previsível, o João elogiou sobretudo o anfiteatro natural do Taboão que confere visibilidade perfeita para o palco a qualquer espectador. “Esta é a primeira vez que venho ao festival. É uma vila de gente tranquila. É uma terra onde há cultura de boa música e de gente que gosta de ouvir música”, considerou.

VIP’s compareceram em força

Ainda os primeiros acordes do festival não se tinham ouvido e já se notavam rostos bem conhecidos na zona VIP. Interdita a jornalistas, não havia remédio senão tentar apanhar um ou outro à entrada ou então olhá-los a partir do relvado imenso. O presidente da Câmara de Paredes de Coura foi o primeiro a chegar-se para falar com a Rádio Vale do Minho. Sempre pronto e com o sorriso habitual, Vítor Paulo Pereira não poupou elogios à atuação dos «We Trust» com os «Coura All Stars». “Isto é o que deve acontecer em todas as autarquias. Em vez de comprar-se espetáculos feitos, há que convidar as pessoas a participar na produção cultural. Não podemos ficar à espera que Lisboa crie os produtos culturais e que depois eles sejam exportados para os concelhos mais afastados”, disparou o autarca que, recorde-se, é também um dos fundadores do festival. Foi em 1993 que, com um grupo de amigos, Vítor Paulo Pereira fez parte do nascimento do ‘monstro’ que hoje faz as alegrias de milhares de festivaleiros de todas as idades. “Ainda há aquele arrepio. Uma alegria enorme!”, confessou-nos o edil courense para quem o festival faz a diferença pelos pormenores. “O carinho com que recebemos as pessoas, os chuveiros e os secadores no campismo e todo o ambiente humanista que aqui existe”, apontou.
Do grupo de amigos que ‘inventou’ o Paredes de Coura, fez e faz parte João Carvalho. Hoje diretor da Ritmos, empresa promotora de um festival já colocado entre os cinco melhores da Europa pela revista «Rolling Stone». “Sinto uma felicidade enorme! É assim há 23 anos, com um contentamento generalizado entre as pessoas”, disse o responsável aos microfones da Vale do Minho. “Espero que seja mais um festival em que as pessoas levem grandes recordações. Este é um festival de afetos”, acrescentou.
Já os «Best Youth» tocavam quando o presidente da Câmara de Melgaço se abeirou da Rádio Vale do Minho. “Paredes de Coura acabou por impor-se com o seu festival. É quase como uma peregrinação anual. Tenho todo o gosto em cá estar e apreciar a evolução do festival e o impacto que tem, que é brutal para o Alto Minho”, analisou Manoel Batista.
No resto da noite, a música seguiu com os «Minor Victories», «Unknown Mortal Orchestra» e «Orelha Negra». Esta quinta-feira deverá ser um dos dias mais fortes desta edição que se prolonga até ao próximo sábado. Vão atuar, entre outros, «Ryley Walker», «Whitney», «Sleaford Mods», «Thee oh Sees» e, pelas 00h20, os tão aguardados «LCD Soundsystem».

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