Paredes de Coura: Centenas de crianças desfilaram contra os maus-tratos na infância

Cerca de cinco centenas de crianças dos jardins-de-infância e do 1ºCiclo do Ensino Básico de Paredes de Coura desfilaram esta quinta-feira pelas ruas do centro da vila. Uma iniciativa que pretendeu assinalar o início do mês da prevenção dos maus-tratos na infância. “Neste momento temos em acompanhamento cerca de 32 processos. O número tem sido mais ou menos o mesmo nos últimos anos. A maior parte das situações dizem respeito a negligência ao nível dos cuidados básicos. São mais os casos de negligência do que propriamente aqueles de maus-tratos físicos ou psicológicos. Infelizmente há alguns, mas não são a maioria”, disse à Rádio Vale do Minho Joana Sousa, da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Paredes de Coura. Para a responsável, toda a comunidade deve colaborar para evitar que este tipo de situações aconteçam. Sem medo de denunciar. “Aqueles que sabem e não dizem, acabam por estar a ser cúmplices da negligência, dos maus-tratos ou seja do que for que esteja a acontecer com uma criança”, alertou. “É obrigação de toda a comunidade sinalizar as situações. E isto não significa que todas as situações sinalizadas se confirmem. A denúncia é totalmente confidencial. Não há que ter receios!”, apontou Joana Sousa.
O presidente da Câmara de Paredes de Coura marcou também presença nesta iniciativa. “A educação e a cultura são os principais fatores de mobilidade social. Aquilo que hoje sou devo-o muito à formação que tive e à educação que recebi. É por isso que o Município tem esta preocupação com as crianças”, explicou Vítor Paulo Pereira. “A educação dos filhos é muito importante. Hoje os pais não estão tão preocupados em deixar bens materiais. O objetivo passa por deixar aos filhos instrumentos de educação e instrumentos culturais. Isso é que vai garantir a felicidade e o bem-estar da criança no futuro!”, considerou o autarca courense. “E é então por tudo isto que a Câmara de Paredes de Coura aposta muito na educação, na aprendizagem do inglês, na música. Não é por acaso que temos a Caixa dos Brinquedos e outras iniciativas ligadas à educação das crianças vão surgir”, concluiu.
De referir que todos os participantes tiveram direito ao já conhecido laço azul. Este movimento teve a sua origem em Virgínia, nos Estados Unidos, em 1989. Nesse ano, Bonnie W. Finney divulgou a história trágica dos maus-tratos aos seus netos. Para despertar consciências e sobretudo suscitar questões, a avó atou à antena do seu automóvel uma fita azul, a cor das nódoas negras dos seus netos. A fita servia de mote para contar os acontecimentos dramáticos e alertar para a problemática dos maus-tratos na infância. Esse primeiro laço deu origem a um movimento, que rapidamente ganhou dimensão mundial.