Paredes de Coura: Assembleia Municipal aprovou prestação de contas de 2016

A Assembleia Municipal de Paredes de Coura aprovou, por maioria, a Prestação de Contas relativa ao ano de 2016. Apesar de terem tido «luz verde», os documentos não escaparam a críticas vindas do lado do PSD. Na sua intervenção, o deputado José Augusto Caldas chamou a atenção para uma “alteração ideológica” entre os tempos do anterior presidente de Câmara e o atual. “Isto tem efeitos positivos de um lado e, a meu ver, negativos de outro”, disse. “É claro que estamos contentes com a capacidade que esta Câmara tem tido em projetar o nome de Paredes de Coura na comunicação social, procurando dessa forma cativar mais população para vir ao concelho e, por outro lado, motivar os courenses a participarem nas atividades”. No entanto, alertou José Augusto Caldas, “estas atividades têm um custo. Neste atual mandato, a média de valores gastos em viação rural no concelho é de 577 mil euros. No mandato anterior, este valor representa 2/3 do que foi gasto”. A concluir, o deputado pelo PSD defendeu que é preciso saber se esta escolha será a melhor ou não para a população. Para o social-democrata, é urgente a necessidade de avaliar o impacto que todo o leque de atividades realizadas tem tido no concelho sobretudo ao nível das dormidas.
Na resposta, o presidente da Câmara começou logo por avisar o deputado «laranja» de que “não adianta invocar a pessoa de António Pereira Júnior, pessoa que muito estimo”. “São tempos diferentes. São pessoas diferentes e naturalmente que isso implica dois modelos de governação. Podem ter a certeza de que hoje todos os presidentes de Câmara, pelo menos os mais novos como eu, sabem que têm de ser modernos”, disse Vítor Paulo Pereira. “Ser moderno é nunca estar quieto. O tempo muda a uma velocidade estonteante! A obra de Pereira Júnior tem aspetos positivos que eu poderia estar aqui a noite toda a enumerá-los, que foram o ciclo das infraestruturas, dos caminhos. Mas agora temos o ciclo da cultura e também o ciclo dos caminhos!”. “Não há um relatório de contas, nenhum orçamento onde nos livros de atas da Câmara não esteja lá o dinheiro que gastámos na rede viária. E até ao momento já gastámos 2 milhões e 112 mil euros! Não há aqui duas realidades distintas!”, atirou o edil socialista. “Não há desenvolvimento sem equilíbrio. Se eu investisse apenas na cultura e não investisse na rede viária criava uma situação de conflito com os presidentes de Junta. Como é que eu poderia governar a Câmara de forma moderna e apostar na cultura e depois sofrer a pressão dos presidente de Junta?”, questionou Vítor Paulo Pereira. “Não poderíamos fazer «O Mundo ao Contrário» e apoiar o Festival de Paredes de Coura com pessoas a andar por caminhos de cabras nas aldeias! O que temos feito é atender a todas as áreas”, concluiu.