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Paredes de Coura

Paredes de Coura: António Zambujo deslumbrou multidão com concerto «memorável»

7 Janeiro, 2017 - 04:12

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Espetáculo teve apoio da Rádio Vale do Minho. Deu pontapé de saída ao ano em que o Centro Cultural celebra 20 anos de vida.

“Espetacular… Brilhante… Muito bom… Memorável”. São alguns entre os muitos adjetivos ouvidos entre a assistência após a atuação de António Zambujo, esta sexta-feira, no Centro Cultural de Paredes de Coura. Um concerto acústico onde o cantor natural de Beja percorreu alguns dos êxitos originais mais conhecidos mas onde também interpretou música tradicional e até temas das telenovelas “Roque Santeiro” e “Tieta do Agreste” que trouxeram alguma nostalgia a quem nasceu nos anos 70 e 80.
Sempre muito interativo com o público, António Zambujo variava entre os tons hipnóticos da sua voz que deixavam a plateia colada ao palco e momentos de descontração que resultavam sempre numa gargalhada geral de cerca de meio milhar de pessoas que encheu por completo aquele espaço icónico da vila do Rock que este ano celebra duas décadas de vida.
Foi a 8 de Outubro de 1997 que o então Ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, em conjunto com o presidente da Câmara da altura, António Pereira Júnior, inauguraram o Centro Cultural de Paredes de Coura. O antigo autarca courense também marcou presença neste espetáculo e desfiou memórias à Rádio Vale do Minho. “Neste momento é uma sensação muito agradável. Quisemos trazer para Paredes de Coura um espaço onde pudesse haver teatro, cinema, onde os alunos das escolas pudessem aprender coisas novas e comunicar com as grandes multidões. Mas também dá para espetáculos deste género que trazem muita gente e que põem a casa a abarrotar”, disse Pereira Júnior aos microfones da Vale do Minho. “Durante os mandatos em que estive à frente da Câmara, esta foi a obra mais ousada que fizemos. Custou quase o orçamento de um ano da Câmara Municipal! Mas as pessoas aceitaram isso muito bem porque acharam que fazia falta a parte cultural no concelho”, realçou.
Também na plateia, discreto e longe de preferir os luxos da fila da frente, estava o atual presidente da Câmara. Em 1997, Vítor Paulo Pereira estava às portas de uma passagem pela docência. Mas ainda lhe estavam frescas as atuações no Festival de Paredes de Coura que nesse ano caminhava para a 5ª edição. Duas décadas depois (e agora com a viola-baixo novamente dominada!), o autarca courense não escondeu o orgulho perante uma sala cheia. “Esta enchente já era de esperar. Como diz o Herman José, «o artista é um bom artista»”. Gargalhada inevitável. “Quando há qualidade e quando há artistas que as pessoas gostam, é muito fácil encher-se salas”, continuou Vítor Paulo Pereira que lembrou que cultura “não se resume a um espetáculo musical. A cultura também se faz de forma silenciosa e continuada. Este espetáculo acaba por ser a cereja em cima do bolo”.

Manuel Miranda: “Foi dos primeiros Centros Culturais a superar as 400 pessoas no distrito”

Entretanto, Zambujo tocava o “Menina Estás à Janela”. Momento em que muitos ficaram com «pele de galinha», quase em plena escuridão. Apenas ao som da guitarra. A voz do cantor ajudava num verso ou outro. No final, grande ovação emocionada vinda de todos os lados do auditório.
Entre os rostos mais conhecidos estava também Manuel Miranda, deputado municipal na Assembleia de Paredes de Coura e histórico socialista alto-minhoto. “Esta é uma grande noite para esta maravilhosa sala de espetáculos. Este foi dos primeiros Centros Culturais a superar as 400 pessoas no distrito de Viana do Castelo”, frisou o também diretor executivo da Escola Profissional do Alto Minho Interior. “Aqui está um motivo mais do que suficiente para provar a visão que o Executivo Municipal dessa altura foi capaz de ter”.
Na reta final do espetáculo, como não podia deixar de ser, António Zambujo interpretou o tão aguardado “Pica do 7”. De cor e salteado, centenas de vozes vindas da plateia juntaram-se ao artista em mais um momento especial a juntar aos muitos já vividos durante o espetáculo. Seguiram-se os tradicionais “encores”, onde o artista interpretou vários temas de outros cantores a pedido do público. Depois do último acorde do “Barata Tonta”, mais um estrondoso aplauso. O maior da noite. Em pé.
Nascido em Beja, em 1975, António Zambujo começou a estudar clarinete com 8 anos, estreando-se no Conservatório Regional do Baixo Alentejo. Ainda pequeno, apaixonou-se pelo Fado e pelas vozes de Amália Rodrigues, Maria Teresa de Noronha, Alfredo Marceneiro, João Ferreira Rosa, Max entre muitos outros. Em 2006 ganhou o Prémio Amália Rodrigues (atribuído pela Fundação Amália Rodrigues) na categoria de “Melhor Intérprete Masculino de Fado”. Depois de actuar no Teatre de La Ville, em Paris, o seu álbum «Outro Sentido» (2007) subiu ao terceiro lugar de vendas da Fnac francesa. Hoje é um dos músicos mais ouvidos pelos portugueses. Os seus temas tocam sucessivamente nas rádios locais e nacionais.

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