Paredes de Coura: ACT alerta para a necessidade de mais formação na utilização de máquinas agrícolas

O delegado distrital de Viana do Castelo da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) considera que “é necessário investir ainda um pouco mais na prevenção dos acidentes de trabalho e doenças profissionais. Continuamos a ter alguns acidentes, particularmente no abate florestal e também na utilização de tratores”. Aos microfones da Rádio Vale do Minho, Joaquim Silva falava à margem de uma reunião temática, realizada esta quarta-feira, em Paredes de Coura, dirigida sobretudo aos que trabalham nos setores agrícolas e florestais.
De acordo com dados da GNR, mais de 270 pessoas morreram, desde 2013, devido a acidentes com veículos agrícolas. Este ano, a GNR registou, até princípios do passado mês de setembro, 82 acidentes envolvendo veículos agrícolas, que provocaram 52 mortos e 27 feridos graves. Os dados mostram ainda que a maioria dos acidentes acontece em terrenos agrícolas. “O arco de segurança [dos tratores] muitas vezes não é utilizado. Mas, para além do arco, é preciso ter uma formação específica na utilização de tratores. São uma máquina com uma força muito poderosa e que por vezes não é controlada”, alertou.
E para ministrar formação nessa área existe a Vessadas – Associação de Desenvolvimento Agrícola e Rural das Terras de Coura. “O nosso plano de formação inclui Higiene e Segurança no Trabalho agrícola. Além disso, a Vessadas está acreditada pela ACT nesta e noutras áreas. Por isso, toda a nossa formação tem também o carimbo da ACT”, apontou Helena Ramos, diretora executiva da associação. “No nosso plano está também integrada a formação para manobradores de máquinas agrícolas, tanto na condução como na manutenção e segurança”, realçou.
O presidente da Câmara Municipal de Paredes de Coura marcou também presença na abertura desta sessão. No seu discurso, Vítor Paulo Pereira salientou sobretudo a importância da formação e da aprendizagem. A título de exemplo, o autarca recordou que quando foi eleito para o cargo [2013] era pouco exímio em matéria de finanças. Com o passar dos anos, Vítor Paulo Pereira disse que esse cenário mudou graças ao que já aprendeu.
Recorde-se que esta sessão fez parte de um périplo de reuniões que a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) está a realizar a nível nacional. “O objetivo é essencialmente arranjar ferramentas a associações e outras entidades públicas que, não estando diretamente ligadas à agricultura, aparecem no trabalho do agricultor todos os dias”, explicou à Rádio Vale do Minho Luísa Lucas, da CAP. Para a responsável, um dos principais problemas dos agricultores passa por existir hoje “muita informação. Há muitos organismos a interferir com a área agrícola. Existe um manancial de regras que muitas vezes os agricultores desconhecem que têm de cumprir porque a informação é muita”. A solução, concluiu Luísa Lucas, passa precisamente por “estas sessões dirigidas a técnicos para que, quando os agricultores se dirigirem às suas associações, poderem ser esclarecidos e alertados para determinadas normas a cumprir”.
Esta sessão temática, organizada pela CAP em parceria com a Vessadas, contou com o apoio do Município courense.