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Paredes de Coura

Paredes de Coura dá “passo histórico” na valorização do território

23 Fevereiro, 2018 - 08:26

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Foi assinada esta quinta-feira, em Paredes de Coura, a Carta do Alto Minho. Um manifesto ambiental considerado “um passo histórico” e que traduz a parceria entre este Município e a […]

Foi assinada esta quinta-feira, em Paredes de Coura, a Carta do Alto Minho. Um manifesto ambiental considerado “um passo histórico” e que traduz a parceria entre este Município e a Associação Portugal Mata Viva. O Município courense compromete-se assim a proteger e a valorizar o território, baseado na remuneração de serviços de ecossistemas cuja metodologia foi testada, na última década, no Brasil.

Após a cerimónia protocolar, seguiu-se a inauguração da nova sede nacional daquela associação localizada em pleno centro desta vila alto-minhota. Uma associação que “pretende aplicar à escala global a lógica da remuneração dos serviços de ecossistemas prestados ao mundo pelas zonas com valia ambiental”. O evento contou com as presenças da Secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Célia Ramos, e do Governador do Estado de Piauí, no Brasil, José Wellington Dias. Aos jornalistas, o responsável contou que é nesta sede que está instalada “uma plataforma global para negociação e transação de Unidades de Crédito de Sustentabilidade (UCS) e outros produtos ecossistémicos”. O governador brasileiro sublinhou que “o objetivo deste projeto é cumprir as metas de tratados internacionais, como o acordo do Paris ou os objetivos para o milénio”.

Recorde-se que Paredes de Coura tornou-se, em 2015, o primeiro município do país comum Plano de Paisagem. O ponto de partida deste projeto, inspirado nos créditos de carbono, será a Área de Paisagem Protegida do Corno de Bico. A avaliação de quanto vale o património ambiental, explicou o presidente da Câmara, irá brevemente ser iniciada. Será realizada pelos parceiros científicos deste projeto. O objetivo é “contabilizar, com o recurso aos métodos científicos de instituições de ensino superior parceiras, a Universidade Estadual Paulista (UNESP) e os Institutos Politécnico de Coimbra e de Viana do Castelo, e converter em moeda (o crédito floresta) os serviços de ecossistemas produzidos no território de Paredes de Coura”. “O valor arrecadado reverterá em partes equitativas para o proprietário da terra, para a comunidade e para o sistema de acreditação, podendo ser, a todo o momento, verificada a identidade, georreferenciação e registo fotográfico da propriedade que presta o serviço adquirido”, concluiu Vítor Paulo Pereira.

 

Sobre o programa Portugal Mata Viva

 

Trata-se de um projeto revolucionário, emanado do já existente Brasil Mata Viva, e que pretende colocar ponto final à tragédia anual dos fogos florestais,valorizando os produtos florestais e financiando proprietários dos terrenos, numa lógica de desenvolvimento sustentável do território. Conta já com o apoio científico do Instituto Politécnico de Coimbra, mas os mentores deste projeto vindo do outro lado do Atlântico escolheram o Alto Minho, mais precisamente Paredes de Coura, como porta de entrada na Europa. “O homem destrói a natureza mas é também trabalho do homem preservar a vida”, alertou esta quarta-feira Maria Tereza Umbelino, fundadora do projeto, durante a sessão de apresentação decorrida no Centro de Educação e Interpretação Ambiental do Corno do Bico, em Paredes de Coura.

Foi há 10 anos que o Brasil Mata Viva nasceu. Um projeto que, explicou a fundadora, tem como objetivo “criar condições para que as pessoas que escolheram viver próximo da Natureza ou da floresta, tenham reconhecida a sua atividade económica e de conservação”. Sendo uma atividade económica, Tereza Umbelino diz que “como tal, deve ser bem remunerada”. O primeiro passo foi criar uma métrica de referência para “valorar” o serviço. A partir desse x, o projeto chega aos patrocinadores e diz “esta pessoa que cuida destes hectares de terra, guarda uma riqueza em unidades de crédito de sustentabilidade, UCS”. Essa é a unidade de medida do crédito de floresta.

O Programa Portugal Mata Viva pretende replicar o modelo desenvolvido no Brasil que nos últimos dez anos “tem contribuído para a valorização ambiental, a redução do êxodo das populações e a diminuição dos fogos florestais, nas áreas onde está implementado”. Tem como objetivo “criar condições para que as pessoas que vivem próximo da floresta vejam reconhecida a sua atividade económica e de conservação”. Para o responsável pelo projeto em Portugal, José Manuel Almeida, os acontecimentos recentes dos incêndios florestais em Portugal demonstram “a necessidade de um debate sobre esta problemática”.

 

O Portugal Mata Viva tem como objetivo “criar condições para que as pessoas que vivem próximo da floresta vejam reconhecida a sua atividade económica e de conservação”

 

O Programa Portugal Mata Viva pretende envolver todos aqueles que podem ajudar a sustentar o ambiente – pessoas, entidades locais e regionais, parceiros académicos, entre outros. “Todos ganham, o dono do terreno, a comunidade, a autarquia e o país. Se todos tomarem conta da sua floresta para preservar os seus ativos, a floresta não arde”, explicaram os promotores deste projeto no nosso país.

 

Saiba ainda mais sobre a pertinência e eficácia deste programa num vídeo divulgado pelo Jornal i:

 

https://www.facebook.com/ionline.jornal/videos/1628299633912086/

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