Esta extraordinária imagem do famoso cometa verde é assinada pelo fotógrafo Miguel Claro. Foi captada na noite do passado dia 31 de janeiro, no Observatório Dark Sky, em Alqueva, concelho de Portel, no Alentejo.
“A imagem revela um close-up do Cometa c/2022 E3 (ZTF) na noite de 31 de janeiro de 2023, apenas a algumas horas antes de atingir a máxima aproximação ao Planeta Terra. Ainda exibindo um elegante coma azul-esverdeado proveniente do brilho do gás carbono, a rara anti-cauda está agora apontando na direcção inferior devido à sua posição no plano orbital”, explica o fotógrafo na sua página oficial.
“O cometa neste momento mostra quase uma única cauda distinta de iões. Esta foi talvez a minha última imagem desta beleza devido à presença da lua cheia actuando como uma fonte natural de poluição luminosa e ao facto de que a partir de agora, o cometa diminuirá gradualmente de brilho à medida que começa a desaparecer em uma longa jornada de 50.000 anos, onde irá imergir no mais profunda escuridão gélida do Sistema Solar”, prossegue.
“Este retrato cósmico também revela dezenas de galáxias em torno da poeira que circunda o Cometa. Captado no final da noite e a uma distância de 43,1 milhões de Km do Observatório Dark Sky® Alqueva em Portugal. ZTF estava localizado na constelação de Camelopardalis, mostrando uma fraca magnitude visual de +5,4”, conclui.
A imagem foi imediatamente partilhada pelo portal meteorológico Meteo Tras os Montes – Portugal, que imediatamente felicitou o trabalho.
“É um orgulho para todos nós, termos o melhor astrofotógrafo do planeta!”, lê-se.
O C/2022 E3 (ZTF) terá vindo da nuvem Oort, a grande concentração de cometas que se acredita existir no limite do sistema solar, localizada a uma distância de 100.000 UA (distância média entre a Terra e o Sol). A Nuvem de Oort também está a um quarto da distância da Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol.
Com apenas um quilómetro de diâmetro, este viajante espacial tem no tom esverdeado o seu principal atrativo. Acredita-se que o brilho verde, igualmente presente noutros cometas, surja de uma interação entre a luz do Sol e o carbono diatómico.
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