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Paredes de Coura

P. Coura: Ligação do Parque Empresarial de Formariz à A3 arranca ainda este ano

8 Novembro, 2017 - 03:05

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O arranque da ligação do Parque Empresarial de Formariz, em Paredes de Coura, à A3 vai arrancar ainda este ano. A garantia foi deixada na Assembleia da República pelo Ministro […]

O arranque da ligação do Parque Empresarial de Formariz, em Paredes de Coura, à A3 vai arrancar ainda este ano. A garantia foi deixada na Assembleia da República pelo Ministro das Infra-estruturas, Pedro Marques. O governante foi ouvido no Parlamento acerca do Orçamento do Estado para 2018 (OE 2018) e destacou 125 milhões de euros para estradas até ao final de 2017. Entre as vias a construir ou a melhorar está aquela tão ambicionada ligação no Alto Minho.

Recorde-se que foi em fevereiro deste ano que a feliz notícia chegou a Paredes de Coura. Depois de vários anos a batalhar, o Parque Empresarial de Formariz está entre os quatro parques industriais do Minho que vão ter acessos novos ou melhorados. O anúncio foi feito na altura pelo próprio Governo, durante a apresentação do Programa de Valorização das Áreas Empresariais, no montante global de 180 milhões de euros, dos quais 102 milhões em acessibilidades rodoviárias e 78 milhões na criação e expansão de zonas empresariais, que inclui a construção ou a requalificação de 12 estradas prioritárias.
Para além do Parque Empresarial de Formariz, também o Parque Empresarial de Lanheses, em Viana do Castelo, o Averpark, no concelho de Guimarães – com 18,4 milhões de euros, e áreas de localização empresarial de Ribeirão e Lousado, em Famalicão, são os contemplados pelo programa de valorização das áreas empresariais lançado pelo Executivo de António Costa.

 

Anos de batalha com final feliz à vista

 

Para a história, em Paredes de Coura, ficam anos de luta por melhores acessos às zonas industriais. Em 2012, a aspiração da Câmara de Paredes de Coura em construir uma nova estrada de acesso à Zona Industrial de Formariz encravava na falta de financiamento estatal para este tipo de execução. A autarquia, então liderada por António Pereira Júnior, apresentou quatro candidaturas e todas elas foram chumbadas. Ficava mais uma vez adiada uma reivindicação dos vários empresários ali instalados. A um ano de ter de ceder o seu lugar, o autarca courense não poupou críticas ao Governo de coligação PSD/CDS-PP. Pereira Júnior lamentava a falta de visão futura.
Nos ‘entretantos’ da troika e com uma “saída limpa” à mistura, a autarquia courense ganhou novo presidente de Câmara. À semelhança do seu antecessor, Vítor Paulo Pereira foi dando sempre nota de que a Zona Industrial de Formariz parecia estar em contraciclo com os restantes parques industriais do distrito. A edilidade mostrava um aumento significativo na procura de espaço para a instalação de novos negócios.

 

Negas atrás de negas

 

Em março de 2015, um grupo de empresários de Paredes de Coura, com o apoio da Câmara Municipal, enviava ao Governo de Passos Coelho uma carta aberta na qual exigiam melhores acessos rodoviários às zonas industriais do concelho. Em declarações à Rádio Vale do Minho, o presidente da Câmara courense, Vítor Paulo Pereira, considerou na altura que “acaba por ser uma reivindicação mais do que justa. Numa altura em que os vários empresários de Paredes de Coura estão a criar mais postos de trabalho e a expandir as respetivas unidades industriais, faria sentido da parte do Governo caminhar no sentido em que caminham os nossos empresários. Temos todos de puxar o país para a frente! Não são só os empresários”.
A carta foi assinada por quatro empresas, responsáveis por mais de mil postos de trabalho: grupos Kyaia, Doureca, MGI Coutier Lusitânia e ValverIbérica.
Dois meses antes, o então deputado socialista na Assembleia da República Jorge Fão tinha já questionado o Ministério da Economia sobre as acessibilidades a Paredes de Coura. Em documento enviado ao Governo, Jorge Fão escreveu que “Paredes de Coura é o Concelho do distrito de Viana do Castelo com piores acessibilidades rodoviárias o que penaliza fortemente as condições de mobilidade de pessoas e mercadorias, estrangulando dessa forma o desenvolvimento económico do concelho e o bem estar da população”. Quanto a resultados, poucos ou nenhuns.
Mas Paredes de Coura somava e seguia. Em maio do ano passado chegava ao Parque Industrial de Formariz uma das maiores unidades de serigrafia da Europa, do grupo galego Valver. O investimento rondava os 2,5 milhões de euros. Mais meia centena de postos de trabalho à vista.

 

António Costa: “Temos na Kyaia uma situação verdadeiramente exemplar”

 

A direita já não governava. Era António Costa quem liderava. E foi em julho do ano passado que o o Primeiro-Ministro esteve naquela zona industrial courense, onde visitou as instalações da Kyaia.
O chefe de Governo saudou a empresa pelas provas de inovação que tem dado ao longo da sua existência. Louvou “a capacidade de fazer de forma diferente os produtos que todos continuamos a necessitar”. “Temos aqui [na Kyaia e na marca Fly London] uma situação que é verdadeiramente exemplar. Tanto na inovação como no seu sucesso internacional”, disse António Costa.

Durante a cerimónia, o presidente da Câmara de Paredes de Coura lembrou que “o distrito de Viana do Castelo não é o mais industrializado do país. Mas se existe esta vitalidade em Viana do Castelo, então as coisas estão a acontecer. Imaginem agora o que estará a acontecer noutros lados. O nosso país está a dar passos positivos e isto não é discurso político”, frisou. “A «geringonça» está a andar bem mas o país está a andar muito melhor”.
E andou. Às portas de 2017, Paredes de Coura reclamava o título de campeã nas exportações. De acordo com os dados divulgasdos pelo relatório “Norte Conjuntura” da CCDR-N, Paredes de Coura registou entre 2013 e 2015 um crescimento de 700% do volume de bens produzidos para exportação.

 

País rendido a um “autarca do século XXI”

 

A boa notícia acabou por chegar em fevereiro deste ano. Um mês depois, o Ministro Pedro Marques deslocou-se àquela zona industrial.  “Temos todas as razões para acreditar no futuro de Paredes de Coura!”, disse o governante durante a cerimónia da assinatura do Acordo de Gestão da Ligação do Parque Empresarial de Formariz à A3. “O que foi conseguido aqui em Paredes de Coura deveu-se a um esforço brutal da parte dos empresários que acreditaram e que continuam a acreditar. Deveu-se também a um conjunto de autarcas, um punhado de mulheres e de homens que – conduzindo o futuro das suas terras – souberam lutar para trazer investimento e emprego para o concelho”, realçou Pedro Marques. “Este investimento justifica-se plenamente porque há uma dinâmica de atividade económica muito grande. Se considerarmos o outro parque industrial [Castanheira] que vai beneficiar também desta acessibilidade, a consideração desse investimento multiplica-se”, apontou.

 

Pedro Marques: “O que foi conseguido em Paredes de Coura deveu-se a um esforço brutal da parte dos empresários que acreditaram e que continuam a acreditar”.

 

Sem poupar elogios ao Executivo Municipal, o Ministro destacou sobretudo o nome de Vítor Paulo Pereira. “O presidente da Câmara de Paredes de Coura é aquilo que eu chamo de um autarca do século XXI. Esses autarcas pugnam hoje pelo emprego. Pela localização de atividade económica. Porque essa é o fator crítico de sustentabilidade dos nossos territórios, sobretudo daqueles que não estão localizados nos grandes centros urbanos”, enalteceu. “Presidentes de Câmara de outros concelhos e até de outros partidos políticos já me disseram que a decisão de realizar este investimento era justa e prioritária”.
Sobre as inúmeras vantagens da obra, Pedro Marques lembrou que “vai ser reforçada a segurança do transporte pesado e também do transporte ligeiro. Vão também ser encurtados tempos”. “Este é um investimento que vai reter as populações e acabará mesmo por atrair mais populações para estes territórios, dando-lhes assim sustentabilidade para o futuro”, concluiu.

 

[Fotografia: Arquivo]

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